Refugiados de Carmona na parada do BC12, com o 1º. cabo Emanuel Santos,
em Junho de 1975 (em cima). Lúcio Lara, alto dirigente do MPLA (em baixo)
em Junho de 1975 (em cima). Lúcio Lara, alto dirigente do MPLA (em baixo)
Aos 11 dias de Junho de 1975, Lúcio Lara, fundador e alto dirigente do MPLA, do Comité Central, reconhecia que «os soldados portugueses em Angola estão numa situação muito delicada». E sublinhava que «têm feito o seu melhor». No exército português, acrescentou «há gente bastante decidida e bastante séria, que tem procurado cumprir a sua incumbência, que é preservar a descolonização de Angola de influências externas». Mas, acusava, «tem havido, da parte de determinado sector militar, alguma condescendência e à vezes até cumplicidade».
Concretizou: «Houve oficiais que, na parte norte, entregaram quartéis à FNLA, que deixaram passar a suas tropas sem lhes opor qualquer resistência». E, sublinhava, «há elementos da OPVDCA e da PIDE que continuam a operar livremente, na maior parte das vezes em colaboração com a FNLA».
Isto, era Lúcio Lara a falar em Portugal, em extensa entrevista dada ao Diário de Lisboa.
Por Carmona e Uíge, a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala (e de Vista Alegre e Ponte do Dange), abandonava o Songo e rodava para Carmona, concluindo a rotação a 12 de Junho. Ocupou o aquartelamento da (já) extinta ZMN e «entregou os quartéis da área às autoridades angolanas, de acordo com o determinado», com leio no Livro da Unidade. A rotação tinha começado no dia 6, anterior.
A guarnição do Negage «foi reforçada, com a desactivação de Sanza Pombo». A cidade de Carmona começou a descansar da violência dos primeiros dias e os refugiados da parada do BC12 começaram a sair e a seguir os seus destinos. Os Cavaleiros do Norte, apesar dos «momentos difíceis, preocupantes em todos os aspectos», como refere o Livro da Unidade, sentiam que tinham cumprido o seu dever, depois de os terem vivido. Tinham dado «reais provas, unanimemente reconhecidas superiormente e pelas próprias populações».
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