CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

2 066 - Palavras de Lara e o papel dos Cavaleiros do Norte

Refugiados de Carmona na parada do BC12, com o 1º. cabo Emanuel Santos, 
em Junho de 1975 (em cima). Lúcio Lara, alto dirigente do MPLA (em baixo)


Aos 11 dias de Junho de  1975, Lúcio Lara, fundador e alto dirigente do MPLA, do Comité Central, reconhecia que «os soldados portugueses em Angola estão numa situação muito delicada». E sublinhava que «têm feito o seu melhor». No exército português, acrescentou «há gente bastante decidida e bastante séria, que tem procurado cumprir a sua incumbência, que é preservar a descolonização de Angola de influências externas». Mas, acusava, «tem havido, da parte de determinado sector militar,  alguma condescendência e à vezes até cumplicidade».
Concretizou: «Houve oficiais que, na parte norte, entregaram quartéis à FNLA, que deixaram passar a suas tropas sem lhes opor qualquer resistência». E, sublinhava, «há elementos da OPVDCA e da PIDE que continuam a operar livremente, na maior parte das vezes em colaboração com a FNLA».
Isto, era Lúcio Lara a falar em Portugal, em extensa entrevista dada ao Diário de Lisboa.
Por Carmona e Uíge, a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala (e de Vista Alegre e Ponte do Dange), abandonava o Songo e rodava para Carmona, concluindo a rotação a 12 de Junho. Ocupou o aquartelamento da (já) extinta ZMN  e «entregou os quartéis da área às autoridades angolanas, de acordo com o determinado», com leio no Livro da Unidade. A rotação tinha começado no dia 6, anterior.

A guarnição do Negage «foi reforçada, com a desactivação de Sanza Pombo». A cidade de Carmona começou a descansar da violência dos primeiros dias e os refugiados da parada do BC12 começaram a sair e a seguir os seus destinos. Os Cavaleiros do Norte, apesar dos «momentos difíceis, preocupantes em todos os aspectos», como refere o Livro da Unidade, sentiam que tinham cumprido o seu dever, depois de os terem vivido. Tinham dado «reais provas, unanimemente reconhecidas superiormente e pelas próprias populações».  

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