CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

2 102 - As Forças Militares Mistas em Carmona

Forças Militares Mistas, 1ª. Companhia de Carmona, na parada do BC12, em 
Junho/Julho de 1975. O alferes Garcia, oficial de instrução de tiro (em baixo)

Agostinho Neto, falando em Brazaville, a 4 de Julho de 1975, afirmou que “Cabinda é parte integrante de Angola”. Ia encontrar-se com dirigentes congoleses e fez questão de referir que, na Cimeira da Nakuru, os três movimentos “tinham registado, nas suas decisões, a observação de que Cabinda não era parte separada de Angola”.
O presidente do MPLA acusou o general Silva Cardoso, Alto-Comissário de Portugal, de “não favorecer a organização de um exército nacional, mantendo, pelo contrário, as divisões tradicionais”.
Silva Cardoso não era muito apreciado pelos movimentos de libertação e não demoraria muito a ir embora.
A imprensa do dia 4 de Junho de 1975, uma sexta-feira (como hoje), todavia, dava conta, através de um despacho da Agência Reuters, que ”a primeira companhia integrada do Exército Angolano, constituída por soldados dos três movimentos de libertação, presta juramento amanhã, numa cerimónia que se realiza no Enclave de Cabinda”

Quem tinha razão? Neto ou a imprensa? Em Carmona, recordemos, fazia tempo que os Cavaleiros do Norte davam instrução de especialidades às chamadas Forças Militares Mistas . O embrião do (que não chegou a ser) Exército Angolano. Eu próprio, com o (furriel) Neto e comandados pelo (alferes miliciano) Garcia, demos instrução de tiro a esses (ex)combatentes.
A esse mesmo dia 4 de Julho de 1975, refere o blog http://angolaterranossa.blogspot.pt/, “no massacre do Pica-Pau, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA, em Luanda”.
Ia assim a Angola de há precisamente 39 anos, quando os Cavaleiros do Norte, ainda em Carmona e na terra uíjana, faziam de tudo para garantir a segurança e salvar vidas.
Hoje, tantos anos passados, todos temos orgulho nessa missão. Cumprida com mil sacrifícios e riscos, mas com honra e garbo militares.

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