Militantes da FNLA em Carmona, em Junho/Julho de 1975 (foto de
Carlos Letras). Em baixo, Jonas Savimbi, presidente da UNITA
Carlos Letras). Em baixo, Jonas Savimbi, presidente da UNITA
A 1 de Julho de 1975, no Luso (Angola), o presidente da UNITA deu uma entrevista à Emissora Oficial de Angola, depois publicada no jornal “A Província de Angola”.
“A descolonização - disse Jonas Savimbi - só poderá ser feita ordeiramente, com a consolidação da democracia em Portugal”.
O líder da UNITA, aproveitando estes dois meios comunicacionais, de larga audiência na Angola que se fazia nascer país, enviou a seguinte nensagem ao povo angolano:
“Vamos aproveitar as liberdades que nos ofereceram as Forças Armadas para aprofundarmos mais a nossa consciência política e para demonstrarmos ao mundo o nosso civismo e a nossa maturidade política. Angola merece a sua independência total. O nosso primeiro dever é irmos todos ao encontro da paz”.
As palavras eram de esperança, e tranquilizadoras, para o povo e também ara nós, militares, que sonhávamos um rápido regresso a nossas casas e já íamos em 13/14 meses de jornada por terras do Uíge.
Infelizmente, como hoje sabemos, não se iriam a concretizar e Angola sofreria as duras amarguras da guerra e as tragédias de que que sofre e se enluta.
Carmona, sob controlo militar dos Cavaleiros do Norte, continuava diferente com a tropa e os nossos dias passavam-se em constantes patrulhamentos, principalmente na cidade e acessos principais. Repetiam-se assaltos a residências da cidade, a que éramos chamados como socorro. Por uma vez, numa transversal da Rua do Comércio - cujo nome esqueci, tal como a data - um grupo do PELREC foi alvejado de um terceiro ou quarto andar. Felizmente, sem nos atingir.
O trânsito de fnla´s armados, na cidade e aldeamentos próximos, tornou-se (quase) vulgar, valendo o respeito que, minimamente, tinham pelas NT. Mas éramos sucessivamente acusados, pelos seus dirigentes, de não sermos neutrais. O mesmo diziam os mpla´s, expulsos da região pelo movimento de Holden Roberto.
Presos por ter cão, presos por não ter.
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