CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

2 920 - A Frente Norte, por onde andaram os Cavaleiros do Norte

Estrada do Café, de Carmona a Luanda, no Úcua. A placa de Piri (em baixo), terras por onde passaram os Cavaleiros do Norte e onde, há 39 anos, MPLA e FNLA terçaram armas. Fotos de Carlos Ferreira, CN de Zalala, em Dezembro de 2012


A 28 de Outubro de 1975, o Diário de Luanda, em despacho para o Diário de Lisboa, noticiava que "a situação político-militar do país (Angola) sofreu alterações importantes nas últimas 24 horas". Na parte que mais interessaria aos Cavaleiros do Norte (ao tempo, já em Portugal), na chamada Frente Norte, dava conta o jornal, todavia, que "a situação está praticamente estacionária junto ao triângulo Libongos-Caxito-Barra do Dande".
"Assiste-se, neste momento, a uma descompressão militar, dado o recuo das forças invasoras para a linha Sassa-Caxito", relata o jornal, sublinhando, porém, que "prossegue o avanço das FAPLA, com o objectivo de desobstruir a estrada Caxito-Úcua-Piri, que serve o coração da 1ª. Região Político -Militar do MPLA". Úcua e Piri, na chamada estrada do café e até onde os Cavaleiros do Norte evoluíram, em patrulhamentos. 
As "forças mercenárias", como o jornal identificava a FNLA (e quem a apoiava), estavam "incapazes de prosseguir na sua ofensiva" para Luanda e, assim "lançam, agora, raids a partir do Ambriz, para defenderem o material pesado e as unidades que se encontram no terreno de luta".
Pior iriam as coisas nas Frentes Centro e Sul, onde aconteciam ferozes combates diários. O MPLA tomou Cela, no Huambo, e avançavam na estrada Lobito/Nova Lisboa - ocupando Lumbabe, a 30 kms, de Alto Hama. Por lá tinha passado eu, em Setembro de 1974 e Abril de 1975. Na Frente Sul, o MPLA cercou a FNLA e a UNITA em Sá da Bandeira
A France Press, em despacho do mesmo dia, de Londres, referia que "o MPLA assumirá o poder e proclamará a independência de Angola a 11 de Novembro, devendo a soberania portuguesa cessar na véspera". Quem assim falava, em nome do MPLA, era Paulo Jorge, Secretário para as Relações Exteriores do movimento de Agostinho Neto.
Por cá, o major Vargas Cardoso, do COPCON, declarou que «o RALIS podia ter evitado a destruição da embaixada de Portugal», Nicolae Ceausescu, presidente da Roménia, chegava a Portugal para uma visita, a primeira de um chefe de Estado de um país socialista, ficando hospedado no Palácio Nacional de Queluz. E foi divulgado que o general António de Spínola havia negociado um fundo internacional de 250 mil dólares para apoio à preparação de um golpe de Estado, estando a ITT entre as empresas envolvidas na criação desse fundo. 




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