Parada do BC12, nos nossos últimos dias de Carmona - com chegada de muitos
refugiados, em Julho de 1975. Em baixo, vista aérea do quartel, com a estrada para o Songo
A coluna, recordemos, tinha sido impedida de sair nos dias 13 e 21 de Julho, obrigando a posição de força das NT, ante a FNLA - movimento armado do qual éramos «perigosamente alvo das queixas e ataques», que já nos tinha exigido armas e que «ressascava» dos «desaires militares em Luanda, Salazar e Malange».
A Carmona continuavam a chegar muitos refugiados da FNLA, desde o dia 14 de Julho. A 25, as NT celebraram o Dia da Cavalaria, «com a maior singeleza», rezando-se missa na capela da unidade, na presença do Brigadeiro e Chefe do EM do CTC», ao mesmo tempo que a Ordem de Serviço do dia «publicou uma simples mensagem», que transcrevemos, naq íntegra:
« Hoje e o Dia da Cavalaria.
De tradição, era uma data comemorada em todas as unidades, contudo o momento presente não permite pensar em festas.
Ao longo do tempo em que formámos a nossa unidade, sempre foi afirmado que era a "QUERER E SABER VENCER» que teríamos de traçar a nossa conduta.
Assim sucedeu, espera-se que assim continue a suceder no pouco tempo restante da nossa vivência como unidade independente da Cavalaria Portuguesa, sendo esta a lembrança e o desejo da data que hoje se comemora, com a plena convicção de que assim irá verificar-se».
Faltavam nove dias para abandonarmos Carmona!
Lembro-me de ter participado numa das tentativas falhadas e posteriormente naquela que com muita dificuldade se concretizou, tendo a pernoita sido em Salazar actual Dalatando e depois já fiquei por Luanda não tendo regressado a Carmona, actual Uíge.
ResponderEliminarCarlos Silva