O 1º. cabo Emanuel Miranda dos Santos, escriturário dos Cavaleiros do Norte, com um grupo de jovens refugiados dos primeiros dias dos combates de Carmona, na parda do BC12. Há 41 anos!! |
Os Cavaleiros do Norte terão amanhã, em três pontos distintos do Portugal, encontros de saudade da jornada africana do Uíge angolano: a CCS nos arredores do Porto, a 1ª. CCAV., a de Zalala, em Pombal; a 3º. CCAV,. a da Fazenda Santa Isabel em Ferreira do Zêzere (onde em 2010 confraternizou a CCS) e com um passeio pelo barragem de Castelo do Bode. A 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, reunirá em Setembro.
O Comando do Sector do Uíge (CSU) e Zona Militar Norte (ZMN) em Carmona |
O 4 de Junho de 2016 será, pois, e assim, uma data invulgar e muito íntima para todos os Cavaleiros do Norte, tantos anos depois do nosso encontro com a história angolana - que nos honra e nos orgulha. Saberemos todos, amanhã, saborear e fazer memória desses momentos trágicos e fragilizantes, evocando neles os nossos companheiros que já partiram e deles fazendo exemplos para as nossas vidas.
Há 41 anos, a cidade de Carmona continuava enlutada e em guerra aberta, com ferozes e sangrentos combates entre FNLA e MPLA. Assim como pelo Uíge fora.
«A matança prossegue em Carmona (...), Ninguém dispõe ainda do número de mortos, presos e desaparecidos, mas as vítimas serão já muitas dezenas. As ruas estão cheias de cadáveres (...)», noticiava o Diário de Lisboa, reportando os combates iniciados a 1 de Junho de 1975.
O vespertino de Lisboa adiantava que «os comandos da FNLA invadiram e destruíram as casas de dezenas de simpatizantes do MPLA» e sublinhava que «os que escaparam refugiaram-se no Paço Episcopal e no aquartelamento Português» - o BC12.
Íamos já no terceira dia dos trágicos combates de Carmona e os Cavaleiros do Norte eram homens sem sono e sem medo, em missão permanente e sem um recuo. Muitos de nós - mesmo muitos, sabe-se lá quantos... - não tiveram descanso, sequer fome, nestes dias de guerra aberta, rasgada e multiplicada pelos cantos da cidade. Referia o DL que «a Força Aérea Portuguesa montou imediatamente um esquema de evacuação dos militantes do MPLA e da população civil que lhe é afecta, enquanto o Exército Português procura impedir os raids dos homens de Holden Roberto, que retomaram tragicamente, os métodos da UPA, em 1961».
O capitão José Manuel Cruz, comandante de Aldeia Viçosa, com o alferes miliciano João Machado |
Há 42 anos e a 3 de Junho de 1974, uma segunda-feira e do aeroporto de Lisboa, partia a 2ª. CCAV. 8423, com destino ao aeroporto internacional de Luanda e num voo dos Transportes Aéreos Militares (TAM). Lá chegou ao princípio da manhã do dia seguinte, 4 de Junho de 1974 (terça-feira). Era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e viria a aquartelar-se em Aldeia Viçosa - onde chegou a 10 de Junho.
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