CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

3 422 - Coesão dos Cavaleiros, Carmona e Luanda mais calmas...


Cavaleiros do Norte no encontro da CCS: Raúl Caixaria (atirador), António 
Amaral (sapador), Delfim Serra (condutor), José Oliveira «César» (do 
BCAV. 1917) e o furriel vagomestre Francisco Brogueira Dias


O furriel Nelson Rocha (à esquerda), com dois membros
da organização do encontro da CCS em Custóias/Maia
 (além do Buraquinho): o 1º. cabo escriturário Miguel Soares
Teixeira e o condutor Joaquim Celestino Gomes da Silva

O capitão Acácio Carreira da Luz foi quem fez a primeira (e sapiente) oração do encontro da CCS, do alto dos 87 anos, em Março último feitos: «É uma grande alegria estar convosco. Mais uma vez!!!... O que mais me alegra e mais faz feliz por estar aqui é a união de sentimentos que cresceu em terras longínquas, em momentos que marcaram as nossas vidas e que tanto, afinal, gostamos de reviver»
Cavaleiros do Norte da CCS no encontro de
Custóias/Maia: o rádiomontador António
Jesus Pereira da Silva e o clarim José
António da Silva Caetano
Tenente, ao tempo dos Cavaleiros do Norte em terras angolanas do Uíge, e responsável pela secretaria do Comando do BCAV. 8423, Acácio Carreira da Luz recordou que então «vivemos situações ingratas, que fizeram o grupo coeso» e frisou também que «é importante quando nos voltamos para os outros». 
Agradeceu a Alfredo Coelho (o 1º. cabo Buraquinho) «e aos seus colaboradores» - o 1º. cabo escriturário Miguel Teixeira e o condutor Joaquim Celestino da Silva (na foto) - a realização do encontro e, debaixo de entusiastas palmas, prometeu «voltar para o ano» - não sem antes sublinhar que «tudo isto tem uma razão de ser, o que nos une, o que nos leva a estar aqui, foram as alegrias e as tristezas e medos, porque não dizer medos, em condições muito especiais, que nos marcaram de forma muito vincada».
«Isso traduz-se - frisou o capitão Luz - numa força coesa, num grupo de amigos, que é útil e muito importante. A força de coesão de termos vivido situações iguais».
Há 42 anos, já a CCS, comandada pelo capitão SGE António Martins de Oliveira, estava aquartelada no Quitexe (desde o dia 6) e a 1ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, em Zalala (desde 7). No Campo Militar do Grafanil, era a vez da 2ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz, preparar as malas para a partida para Aldeia Viçosa (dia 10). E da 3ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano José Paulo Oliveira Fernandes, para a Fazenda Sana Isabel (dia 11). 
Um ano depois, um pouquinho mais serenava a situação militar em Carmona e no Uíge. A guarnição estava a ser reforçada pela 1ª. CCAV. 8423, que rodava do Songo desde o dia 6 (até 12) e o Negage também, com «a desactivação de Sanza Pombo».
As Amazonas do Norte de Delfim Serra, Raúl Caixarias
e Acácio Luz, o filho e nora de A. Luz, Aurélio Júnior
(Barbeiro) e António José Cruz no encontro da CCS
dos Cavaleiros do Norte em Custóias
Luanda também acalmava, «deixando de ser tão frequente o tiroteio e o rebentamento de granadas e morteiros, pelo menos na zona próxima da cidade». A acalmia era atribuída às «medidas de recolher obrigatório e uma maior vigilância das Forças Militares Mistas». Mas o balanço dos incidentes, «com a aproximação dos conflitos à zona do asfalto», incluía «um rebentamento junto à Messe da Fora Aérea, na Avenida dos Combatentes, e tiroteios dentro da cidade».
A UNITA também estava envolvida nos incidentes e o Diário de Lisboa referia que tal acontecia «em consequência dos ataques que lhe foram dirigidos por parte das FAPLA» - o exército do MPLA.
As Forças Armadas Portuguesas, por seu lado e ainda segundo o diário vespertino de Lisboa, «foram obrigadas a reagir directamente contra delegações do MPLA e da FNLA, havendo a assinalar, segundo determinadas fontes, a destruição de três delegações da FNLA e de uma do MPLA». E porquê? Porque se registaram «ataques, a partir destas instalações, contra soldados portugueses».
Não era assim tão calma, afinal, a situação na capital de Angola.

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