A chegada dos Cavaleiros do Norte da 3ª. Companhia de Cavalaria 8423 à Fazenda Santa Isabel. A 11 de Junho de 1974, hoje se fazem 42 anos! |
O Alfredo Coelho (Buraquinho) e o Aurélio Júnior (barbeiro) ladeando o furriel Machado, o novo doutor dos Cavaleiros do Norte |
O Viegas, apontado como «o nosso general», por ser o editor deste «blogue diário da vida do Batalhão e do desenvolvimento do processo de independência de Angola», como sublinhou o capitão Acácio Luz, foi chamado a orar e foi breve, enaltecendo «os valores da partilha que todos comungamos» e deu notícia do doutoramento do (furriel) Manuel Afonso Machado - que foi imediata e espontâneamente aplaudido.
Machado, o senhor doutor (por extenso), respondeu, de olhos rasgados de emoção e a sorrir de felicidade: «Aqui e sempre, ninguém é mais que o outro. As patentes ficaram lá, os cargos que temos e os lugares que somos, não são daqui, aqui somos todos irmãos e todos iguais!».
Há 42 anos, 11 de Junho de 1974, a 3ª. CCAV. 8423 chegava à Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelaria até 10 de Dezembro do mesmo ano, quando rodou para o Quitexe. Completava-se, assim, a rotação do Batalhão de Cavalaria 8423, desde Santa Margarida (em Portugal) e Campo Militar do Grafanil - para a jornada africana de Angola, que continuaria até Setembro de 1975.
Um ano depois, por Carmona, diligenciava-se a criação das Forças Militares Mistas, com a formação da 1ª. Companhia (a 1ª. FMM), que viria a ser «integrada por elementos da FNLA e da UNITA». O MPLA, recordemos, tinha sido expulso da região, depois da sangrenta primeira semana desse Junho de 1975.
A instrução, nas diversas especialidades, era dada por quadros dos Cavaleiros do Norte e o mês, segundo o Livro da Unidade, «decorreu sob forte tensão emocional, quer pelos alguns atritos que voltaram a dar-se, quer também porque se estão vivendo momentos de carências logísticas». Tais momentos, ainda segundo o Livro da Unidade, eram «reflexo do estado de patente conflito que continua e que dá azo a um desabar de esperanças que se possa ver em bom e belo panorama o dia de amanhã».
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