O furriel Viegas, do PELREC da CCS do BCAV. 8423, em frente à Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. Mais de 44 anos depois do adeus à vila do Uíge angolano |
O furriel Viegas sentado à entrada da Igreja da Mãe de Deus do Quitexe. Na parede, vêem-se placas, com nomes de mortos dos dos massacres de Março de 1961 |
O povo do Quitexe, de qualquer cor, era maioritariamente católico e, por isso mesmo, não era surpreendente a participação na eucaristia, a que se associavam muitos militares. Algumas vezes, não nesse dia, celebrava o capelão militar - o padre José Ferreira de Almeida, que precisamente em Dezembro de 1974 concluiu a sua jornada africana e regressou a Portugal.
Curiosamente, anos viriam, já em Portugal, a abandonar o sacerdócio e constituído família.
António Albino Vieira Martins Capela pertencia à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, tinha 32 anos na altura e seguiu o professorado em Barcelos, onde reside. Casou e, já avô, tem um casal de filhos.
José Ferreira de Almeida, alferes miliciano de patente militar, abandonou o sacerdócio em 1978/79 e ensinou Português em Viseu (é do Sátão), onde faleceu a 2 de Março de 1995, de doença cancerosa, aos 50 anos e quando preparava o doutoramento. Tem um filho, que mora no Porto.
Desse dia, e do tempo depois do final da missa, por lá fiquei (assim que esvaziou) em alguns momentos de recolhimento pessoal, cerrando os olhos e imaginando-me (mesmo aqui ao lado) na Igreja de Santo Adrião de Óis da Ribeira, a minha terra natal, na qual fui baptizado e onde cresci e aprendi os ensinamentos da catequese.
Recordo uma foto (não desse dia), em que estou sentado nas escadas da entrada do templo e em que se vêem, na fachada, algumas das placas de mármore com nomes de muitas das vítimas mortais dos trágicos incidentes de 1961.
Recordo uma foto (não desse dia), em que estou sentado nas escadas da entrada do templo e em que se vêem, na fachada, algumas das placas de mármore com nomes de muitas das vítimas mortais dos trágicos incidentes de 1961.
Cassetes com algumas das memórias angolanasdo furriel miliciano Viegas, de 1974 e 1975 |
Cassetes com algumas
das memórias angolanas
A tarde desse dia, que vivi muito nostálgico, foi tempo de (re)leituras no meu quarto (e do Neto, já regressado de férias) e audição da cassete que tinha levado daqui, com os repeniques e sinais de chamada da torre sineira da minha aldeia - que eu mesmo gravara e tocando-os eu mesmo. Foram momentos intensamente sentidos, diria que emocionados e emocionantes.
Era domingo, mas dia de correio - que o 1º. cabo Tomás sempre ia buscar a Carmona, chegado de Lisboa por via aérea e SPM. Recebi o jornal da terra e devorei as notícias. As notícias e os anúncios, de uma página à última.
Os Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, os da 3ª. CCAV. 8423, continuavam a sua operação de mudança para o Quitexe. Iam abandonar a mítica fazenda - aquartelada por NT desde o início da guerra colonial, em 1961.
A tarde desse dia, que vivi muito nostálgico, foi tempo de (re)leituras no meu quarto (e do Neto, já regressado de férias) e audição da cassete que tinha levado daqui, com os repeniques e sinais de chamada da torre sineira da minha aldeia - que eu mesmo gravara e tocando-os eu mesmo. Foram momentos intensamente sentidos, diria que emocionados e emocionantes.
Era domingo, mas dia de correio - que o 1º. cabo Tomás sempre ia buscar a Carmona, chegado de Lisboa por via aérea e SPM. Recebi o jornal da terra e devorei as notícias. As notícias e os anúncios, de uma página à última.
Os Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, os da 3ª. CCAV. 8423, continuavam a sua operação de mudança para o Quitexe. Iam abandonar a mítica fazenda - aquartelada por NT desde o início da guerra colonial, em 1961.
Alves, 1º. cabo de A. Viçosa,
68 anos na Covilhã !
O 1º. cabo Luís Filipe Pereira Alves, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 68 anos a 8 de Dezembro de 2020.
Cavaleiro do Norte com a especialidade militar de atirador de Cavalaria, é natural de Barco, freguesia do município da Covilhã, lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge angolano.
Agora já aposentado, mora agora muito longe, na Coutada, também no município serrano da Estrela, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
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