Imagem dos trágicos incidentes de Carmona, nos primeiros dias de Junho de 1975. Há 46 anos! Morreram milhares de pessoas, nunca se saberão quantas e quem! |
Os combates de Carmona no Diário de Lisboa do dia 2 de Junho de 1975. Há 46 anos! |
A cidade de Carmona acordou, na madrugada de 1 de Junho de 1975, ao som da metralha que afastou e enlutou irmãos de sangue e de pátria.
Os combatentes do MPLA e da FNLA, que preferiram o diálogo das armas, à razão da palavra e do futuro, continuaram no dia seguinte, o dia 2 - uma segunda-feira. E seguintes.
O blogue «Cavaleiros do Norte» já abundantemente - e nestas datas de cada ano, desde 2009 - se referiu à tragédia que enlutou as gentes do Uíge e ensanguentou o seu chão pátrio. O número de mortos, nunca se conhecerá ao certo. As brutalidades que se cometeram nunca serão esquecidas, principalmente por quem as sentiu na carne e na alma.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, como lhes competia e em risco permanente pondo a sua própria vida, protegeram a população civil e recolheram milhares de civis no BC12.
O blogue «Cavaleiros do Norte» já abundantemente - e nestas datas de cada ano, desde 2009 - se referiu à tragédia que enlutou as gentes do Uíge e ensanguentou o seu chão pátrio. O número de mortos, nunca se conhecerá ao certo. As brutalidades que se cometeram nunca serão esquecidas, principalmente por quem as sentiu na carne e na alma.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, como lhes competia e em risco permanente pondo a sua própria vida, protegeram a população civil e recolheram milhares de civis no BC12.
O livro «História da Unidade», na sua página 24, sublinha, em relação às NT, que «cabe aqui afirmar-se que a calma demonstrada, o sangue frio posto, o verdadeiro sentido de missão, o espírito de sacrifício mostrado são garantes da sua tenacidade e firme certeza de que nelas - no BCAV. 8423 - está verdadeiramente imbuído o sentido de grandeza próprio do consciente desinteressado e leal desejo de cumprir a missão que lhe está sendo imposta no processo de descolonização».
Hoje, 46 anos passados, sentimos honra e orgulho pelo que na altura se fez (fizemos) para defender vidas (principalmente) e bens. Muito embora saibamos que «mal-agradecidos». Mais: muito mal-tratados! É a vida!
O furriel Viegas e o engº. Eugénio Silva, ao tempo (1975) jovem estudante de Carmona e um dos milhares de civis recolhidos pelo BCAV. 8423 na parada do BC12. Imagem de Setembro de 2019 |
Imprecisões sobre os
incidentes de Carmona
O Diário de Lisboa de 2 de Junho de 1975 noticia que a segurança da cidade estava dependente das forças integradas (mistas). O que não é verdade, pois a tropa que interveio foi apenas a portuguesa, unicamente os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, nem sensatamente seria curial que as forças mistas se envolvessem em ações que pretendiam anular a fúria insensata e mortífera dos militares dos dois movimentos. Frente a companheiros de movimento e misturados
incidentes de Carmona
O Diário de Lisboa de 2 de Junho de 1975 noticia que a segurança da cidade estava dependente das forças integradas (mistas). O que não é verdade, pois a tropa que interveio foi apenas a portuguesa, unicamente os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, nem sensatamente seria curial que as forças mistas se envolvessem em ações que pretendiam anular a fúria insensata e mortífera dos militares dos dois movimentos. Frente a companheiros de movimento e misturados
O jornal de Lisboa acrescentava que «(...) o recrudescimento das confrontações determinaram uma ordem de marcha, emitida esta manhã, para que segunda força militar integrada siga para Carmona e domine a situação».
Não há memória de que, alguma vez, tal força tenha chegado a Carmona.
Nem precisa, seria. A sua presença só iria aumentar a instabilidade da cidade e fazer medrar a insegurança que, brava e corajosamente, os Cavaleiros do Norte sustentavam e combatiam, horas atrás de horas, dias seguidos de dias. E noites! Sem comer e sem dormir.
«Mais uma vez, as NT procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», lê-se no livro «História da Unidade», referindo também que «no rescaldo, ainda mais vincada ficou a hegemonia da FNLA».
«Tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, no melhor dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos», acrescenta o HdU, também aludindo a «calma ainda mais fictícia e preocupante» que resultou dos graves incidentes.
O HdU também refere que a população pediu «a protecção das NT, a qual lhe foi dada, entrando no quartel um milhar e tal de refugiados», diríamos nós que aproximadamente 2000, o que (o apoio aos refugiados, principalmente do MPLA) «não encontrou receptividade da FNLA, considerando-a como discriminatória e partidária». Dessa posição da FNLA resultou, ainda segundo o HdU, «um período seriamente preocupante para o BCAV. 8423». Que iria «durar» por toda a semana!
Não há memória de que, alguma vez, tal força tenha chegado a Carmona.
Nem precisa, seria. A sua presença só iria aumentar a instabilidade da cidade e fazer medrar a insegurança que, brava e corajosamente, os Cavaleiros do Norte sustentavam e combatiam, horas atrás de horas, dias seguidos de dias. E noites! Sem comer e sem dormir.
«Mais uma vez, as NT procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», lê-se no livro «História da Unidade», referindo também que «no rescaldo, ainda mais vincada ficou a hegemonia da FNLA».
«Tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, no melhor dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos», acrescenta o HdU, também aludindo a «calma ainda mais fictícia e preocupante» que resultou dos graves incidentes.
O HdU também refere que a população pediu «a protecção das NT, a qual lhe foi dada, entrando no quartel um milhar e tal de refugiados», diríamos nós que aproximadamente 2000, o que (o apoio aos refugiados, principalmente do MPLA) «não encontrou receptividade da FNLA, considerando-a como discriminatória e partidária». Dessa posição da FNLA resultou, ainda segundo o HdU, «um período seriamente preocupante para o BCAV. 8423». Que iria «durar» por toda a semana!
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