CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 19 de junho de 2021

5 467 - A Comissões Locais de Contra-Subversão em reuniões com o BCAV. 8523

Cavaleiros do Norte de Zalala: NN, Campos, alferes Lains dos Santos,
furriel Nascimento e Casimiro. Em baixo, Ruizinho e NN. Quem ajuda
a identificar estes (NN) antigos combatentes?



A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe reuniu a 19 de Junho de 1974. 
«Tiveram lugar as normais reuniões», lê-se no livro «História da Unidade», apontando também o dia 26 (seguinte). 
Os Cavaleiros do Norte adaptavam-se à sua vida operacional e criavam empatias com as autoridades e população local. 
Gente TRMS de Zalala: Lago e Raposo (de pé),
Coelho, Hélio, Lourenço. Aires e Carlitos
E, na
foto de baixo, do Quitexe: 1º. cabo Mendes,
Soares, furriel Pires, 1º. cabo Oliveira e Costa. Em
baixo, NN, Zambujo e 1º. cabo Salgueiro
O mesmo acontecia em Aldeia Viçosa, vila onde estava aquartelada a 2ª. CCAV. 8423 (a do capitão miliciano José Manuel Cruz) e nas Fazendas Zalala e Santa Isabel, espaços, respectivamente, da 1ª. CCAV. 8423 (do capitão miliciano Davide Castro Dias) e da 3ª. CCAV. 8423 (do capitão miliciano José Paulo Fernandes).
O BCAÇ. 4211 já partira, fazia alguns dias, e a responsabilidade da ZA desde 14 que era integralmente assumida pelo BCAV. 8423. Almeida e Brito, o comandante, conhecia bem a zona (ali foi oficial adjunto do BCAV. 1917, em 1968) e inspirava confiança ilimitada aos debutantes combatentes. 
«Maçaricos», assim eram identificados na gíria militar. Era quarta-feira e o PELREC teve um patrulhamento apeado, depois de largado na estrada para Carmona e aldeia do Quitoque - galgando esta, onde os jovens combatentes viram as primeiras mulheres negras de seios nus e filhos pendurados nas costas, algumas a mascar tabaco..., depois caminhando por lavras adentro e pelos primeiros e temidos trilhos da mata, numa operação diurna que serviu de adaptação e de moer de alguns medos.
Ao dia, não sabíamos, mas desde a véspera que Richard Nixon, Presidente dos Estados Unidos, estava nos Açores para debater com António Spínola (PR de Portugal) a questão das colónias portuguesas. As conversações iam começar precisamente nesse dia 19 de Junho de há 42 anos. 
Era a Cimeira dos Açores!
Um ano depois, Junho de 1975, era a do Quénia - entre os três movimentos de libertação, buscando a paz que as armas «matavam» na terra da Angola que tinha independência marcada para 11 de Novembro desse 1975. O desarmamento dos civis e a expulsão de todos os elementos da ex-PIDE/DGS (com julgamento dos angolanos a ela ligados e sua reeducação nacionalista) e a acção do Governo e as suas implicações político-económicas foram temas das negociações da véspera. 
Carmona e o Uíge tranquilizavam-se militarmente, embora levedassem dúvidas sobre o futuro - particularmente da comunidade europeia branca. Continuavam as deficiências de abastecimento, logo por isso as carências logísticas, e as NT, sem grande descanso, procuravam assegurar «a liberdade de itinerários» - que, na prática, dependia da sua acção no terreno.
Ordem de Serviço nº. 65, de 19 de Março de
1974. Fac-simile da relação dos rádio-telegrafistas
que entraram em ferias (10 dias) de mobilização

Os novos Cavaleiros do Norte
em férias de mobilização !

Hoje, mais de 47 anos depois, lembramos um grupo de militares, futuros Cavaleiros do Norte que entrou em férias de mobilização. 
A Ordem de Serviço nº. 65, de 19 de Março de 1974, dá conta dos seguintes, todos eltes rádio-telegrafistas de especialidade:
- CCS: Humberto Mora Zambujo, de Sines; e João Orlando Machado da Silva, de S. João, em Lisboa.
- 1ª. CCAV. 8423: 1º. cabo Hélio Rocha da Cunha, de Mamouros, em Castro Daire; 1º. cabo Jorge Manuel da Silva, de Cárquere, em Resende; Fernando Jesus da Costa Coelho, de Campanhã, no Porto; e António Henriques Nunes Lago, da Pontinha, em Odivelas.
- 2ª. CCAV. 8423: 1º. cabo Jorge da Silva Martins, de Gândara dos Olivais, em Marrazes, Leiria; 1º. cabo José Maria Pedrosa de Pinho Beato, da Cedofeita, no Porto; João Carlos Santana Palongo, de S. Sebastião, em Setúbal; e Domingos Maciel de Faria, de Durães, em Barcelos.
- 3ª. CCAV. 8423: 1º. cabo António João Malhado Rodrigues, de S. Pedro, em Elvas; 1º. cabo Aníbal Amadeu Rocha dos Santos, do Bairro da Musgueira do Norte, no Lumiar, em Lisboa; José de Oliveira Novo, de Vale Rico, em Souto, na então Vila da Feira; e Jerónimo Maria Rafael Soares, de Massamá, em Queluz.
A Ordem de Serviço anota(va) também Manuel A. R. Falho (ou Fialho) e Arménio A. Vinhais, que não constam, porém, da lista dos militares que embarcaram para Angola - por razões que desconhecemos. 

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