Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, na parada do Quitexe e em Setembro de 1974, há quase 47 anos! |
Os furriéis milicianos Fernandes e Viegas, na Avenida do Quitexe (Rua de Baixo) em 1975 |
Aos dias 18 de Junho de 1975, há 46 anos e lá pelo norte angolano do Uíge e muito esquecidos pelas autoridades militares de Luanda, os Cavaleiros do Norte continuavam «verdadeiramente imbuídos do sentido de grandeza», que, de acordo com o livro «História da Unidade», era «de consciente, desinteressado e leal desejo de cumprir a missão que lhe está sendo imposta no processo de descolonização».
Custasse isso o que custasse. E custou! Muito!
A notícia maior chegava de Nairobi, onde os três movimentos de libertação se preparavam para encerrar a cimeira: «O cessar-foi foi ordenado ontem, no seguimento de um pré-acordo preparatório a que haviam chegado ainda na véspera da conferência», noticiava o Diário de Lisboa.
O DL de há 46 anos falava
do futuro Exército de Angola
O jornal «Diário de Lisboa», vespertino da capital portuguesa, dava conta em despacho de Luanda e datado desse dia, do encontro entre os três movimentos de libertação, em Nairobi, que «a cimeira pode terminar ainda hoje», dia 18 de Junho de 1975, com o anúncio do cessar-fogo e também «a declaração da integração, num só Exército, da Forças Armadas dos três movimentos de libertação de Angola».
As Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, as FAPLA (do MPLA de Agostinho Neto), o Exército de Libertação Nacional de Angola (o ELNA, da FNLA de Holden Roberto) e as Forças Armadas de Libertação de Angola (as FALA da UNITA de Jonas Savimbi).
A notícia foi o melhor que se poderia esperar e desejar por aquele tempo de passagem do primeiro ano de jornada dos Cavaleiros do Norte por terras de Angola e do Uíge.
O banho de mangueira
ao furriel Fernandes !
A história é do Quitexe de 1975, já lá vão 46 anos..., e foi lembrada pelo ex-furriel miliciano António da Costa Fernandes, da 3ª. CCAV. 8423, a de Zalala no encontro da Mealhada, a 2 de Junho de 2018: um banho de mangueira, após uns copos bem bebidos (em excesso) e vómitos na cama.
«Estivemos beber na messe, a beber cervejas atrás de cervejas, tu estavas de serviço e foste fazer a ronda, era para aí meia noite, e quando dei por ela estavas a dar-me banho de mangueira, a lavar-me os vómitos no balneário das casa dos furriéis», lembrou-se o Fernandes, apontando para o Viegas, de sorriso rasgado e felizm acrescentando que «foste o primeiro homem a dar-me banho; e o único..., tal eu estava».
Memória avivada, há mais pormenores da história: o Fernandes cambaleou até ao quarto, sozinho, atirou-se para cima da cama e, aos arranques de garganta, vomitou-a toda. E a ele mesmo. De volta à Casa dos Furriéis, depois da ronda, o Viegas deu com ele naquele estado (e a cama), despiu-o e arrastou-o uns metros, para debaixo do chuveiro. Só que o Fernandes, mal acordado, não se segurava de pé e foi a jacto de água de mangueira que o lavou dos vómitos, foi enxugado e vestido de roupa limpa.
«Eh pá..., até a cama me fizeste, com lençol lavado..., só dei por ela quando acordei...», recordou o Fernandes, entre fartas gargalhadas, repartidas com o Flora, o Ribeiro e o Querido, na mesa do encontro da Mealhada.
O Fernandes entrava de serviço às 8 horas desse dia, de sargento de dia, e foi o Viegas quem, prolongando o seu, com a complacência do oficial de dia, creio que o alferes Jaime Ribeiro, o substituiu pela manhã fora, até que se curou da noite mal dormida - já por depois do almoço.
Noites destas, houve muitas, ou parecidas, pelos saudosos tempos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte por terras do Uíge angolano!
Os furriéis Viegas e Fernandes no Encontro da Mealhada, a 2 de Junho de 2018 |
ao furriel Fernandes !
A história é do Quitexe de 1975, já lá vão 46 anos..., e foi lembrada pelo ex-furriel miliciano António da Costa Fernandes, da 3ª. CCAV. 8423, a de Zalala no encontro da Mealhada, a 2 de Junho de 2018: um banho de mangueira, após uns copos bem bebidos (em excesso) e vómitos na cama.
«Estivemos beber na messe, a beber cervejas atrás de cervejas, tu estavas de serviço e foste fazer a ronda, era para aí meia noite, e quando dei por ela estavas a dar-me banho de mangueira, a lavar-me os vómitos no balneário das casa dos furriéis», lembrou-se o Fernandes, apontando para o Viegas, de sorriso rasgado e felizm acrescentando que «foste o primeiro homem a dar-me banho; e o único..., tal eu estava».
Memória avivada, há mais pormenores da história: o Fernandes cambaleou até ao quarto, sozinho, atirou-se para cima da cama e, aos arranques de garganta, vomitou-a toda. E a ele mesmo. De volta à Casa dos Furriéis, depois da ronda, o Viegas deu com ele naquele estado (e a cama), despiu-o e arrastou-o uns metros, para debaixo do chuveiro. Só que o Fernandes, mal acordado, não se segurava de pé e foi a jacto de água de mangueira que o lavou dos vómitos, foi enxugado e vestido de roupa limpa.
«Eh pá..., até a cama me fizeste, com lençol lavado..., só dei por ela quando acordei...», recordou o Fernandes, entre fartas gargalhadas, repartidas com o Flora, o Ribeiro e o Querido, na mesa do encontro da Mealhada.
O Fernandes entrava de serviço às 8 horas desse dia, de sargento de dia, e foi o Viegas quem, prolongando o seu, com a complacência do oficial de dia, creio que o alferes Jaime Ribeiro, o substituiu pela manhã fora, até que se curou da noite mal dormida - já por depois do almoço.
Noites destas, houve muitas, ou parecidas, pelos saudosos tempos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte por terras do Uíge angolano!
Tempos de crescimento e formação! E de saudade!
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