CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 13 de julho de 2022

5 862 - Comício da FNLA em Carmona e impedimento de saída de MVL para Luanda!

Os 1º.s cabos Miguel Teixeira, João Pires e Jorge Pinho (já falecido), três escriturários
da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, no Topete, Quitexe de 1974

  
O edifício do restaurante «Topete», indicado pela seta e em 
imagem de 25 de Setembro de 2019, quando por lá passou
o furriel Viegas da CCS do BCAV. 8423
 
Hoje, que é dia 13 de Julho de 2022, recordamos três escriturários a «darem ao dedo» no... Topete! Será no Topete, o restaurante ao fundo da rua/avenida de baixo do Quitexe? Será? É?! Assim parece. 
Em secretarias é que não é e o bife com o ovo a cavalo nada tem a ver com as papeladas do tenente Acácio Luz (a do Comando do BCAV. 8423), ou do 1º. sargento Luzia (a da CCS).
A foto, sem data, mostra a «boa vai ela» como se passaram muitos momentos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte. Ai não sabia bem a ementa do refeitório? Pois há que ir ali ao lado, ao lado de fora do aquartelamento, e dar meia dúzia de passos, passar à frente da casa do Guedes e pedir umas Cucas enquanto o bife ia à frigideira e se fritavam as batatas. Ou ao Rocha, ao Pacheco, lembro-me destes.
Disse Cucas, mas reparo que são Nocais, outra boa cerveja angolana, que tantas sedes nos matou pelo jornadear do Quitexe, de Carmona, de Luanda - ou por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Luísa Maria, Songo e todos os sítios por onde «viveram« os Cavaleiros do Norte. Já não falando da também muito tropical, mas muito mais cosmopolita Luanda de tantas noites de borga, à cata de momentos de cio, tão à moda e desejo da idade!
A foto, no Quitexe, mostra momentos descontraídos de alguns de nós - como todos nós folgávamos das situações menos doces da guarnição. Que os houve, e muitos, nos 15 meses da jornada de Angola, que nos fez actores do país novo que nascia.
- MIGUEL. Miguel Soares Teixeira, 1º. cabo escriturário. Residente na Senhora da Hora, aposentado.
- PIRES. João Manuel Martins Pires, 1º. cabo escriturário, de Lisboa.
- JORGE. Jorge Manuel de Sousa Pinho, 1º. cabo escriturário, do Porto. Faleceu a 10 de Abril de
2003, aos 51 anos e vítima de doença.
Combatentes da FNLA nas ruas de Carmona, agora Uíge.  Os
dias de Julho de 1975 foram de continuada provocação e
 ameaças aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, que, porém,
controlaram, sem quaisquer baixas, a situação militar


FNLA fez imposições aos comandos
militares portugueses de Carmona!

O dia 13 de Julho de 1975, um domingo, foi tempo de, em Carmona, se realizar um comício da FNLA, com o seu ELNA, no qual se proferiram afirmações que ainda mais fragilizaram a confiança, já de si bem ténue, mesmo muito frágil, dos comandos e das NT, generalizadamente, na FNLA - que desabridamente acusava a tropa portuguesa de apoiar o MPLA.
O dia teve outras «marcas»:
1 - A FNLA impediu a saída de um MVL para Luanda (e tal repetiu no dia 21) - o que motivou enorme desconforto entre a guarnição e motivou mesmo uma reunião de um grupo de furriéis milicianos - quem, no terreno e hora a hora e dia a dia, vinha a comandar as NT, com alguns alferes milicianos - reunião com o comandante Almeida e Brito.
2 - A mesma FNLA que, recordemos, se achava a «dona do Uíge» procurou, sem efeito, fazer «imposições aos comandos militares de Carmona». Era o que faltava.
3 - A mesma FNLA, bem perto de Carmona, no Negage, cercou o quartel das NT e pediu as armas da CCAÇ. 4741, sem que tal se concretizasse.
A FNLA, tanto quanto nos era dado a perceber, mais que se achar «senhora do Uíge«, tentava evitar a crescente ascensão territorial do MPLA e, por isso mesmo, pressionava e ameaçava as NT.
A imprensa do dia 13 de Julho de 1975 relatava que, e citamos o «Diário de Lisboa», «essa possibilidade poderia colocar em risco algumas unidades portuguesas estacionadas no distrito do Uíge com efectivos bastante pequenos». Bem entendido e disso não tínhamos dúvidas: colocar em risco os Cavaleiros do Norte e as subunidades que lhe estava adidas!


Vitor Vieira, 1º.
cabo sacristão

Vieira, o Sacristão, 70
anos na Vidigueira !

O 1º. cabo Victor Vieira, auxiliar de serviços religiosos (sacristão) da CCS do BCAV. 8423, festeja 70 anos a 13 de Julho de 2022!
Victor Manuel da Cunha Vieira, de seu nome completo, é natural da Vidigueira, no Alentejo - onde nasceu em 1952 - e lá regressou a 8 de Setembro de 1975, depois de cumprida a sua comissão militar em Angola.
Teve vida profissional, em actividades ligadas à restauração e, há uns 14/15 anos, teve um AVC, do qual felizmente recuperou - de modo a poder continuar normalmente a sua vida pessoal, social, familiar e profissional. Cavaleiro do Norte que, pelo Quitexe, também era conhecido por Vidiguêra (o nome da localidade, com sotaque alentejano) - , aqui também trabalhou no café-bar da sede da Junta de Freguesia.
Parabéns e muitos mais, bons e felizes anos de vida

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