Um bar do Campo Militar do Grafanil no tempo do aquartelamento dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na espera do regresso a Portugal |
Rocha, Fonseca, Viegas, Belo e Ribeiro (à esquerda), Monteiro, Pires, do Montijo (de bigode), Machado (com cigarro), Costa (morteiros) e Lajes, no Quitexe |
O dia 1 de Setembro de 1975, uma 2ª.-feira de há 47 anos, foi tempo de receber notícias de Horácio Marçal, que era o Governador Civil de Aveiro no dia 25 de Abril de 1974 (tinha sido presidente da Câmara de Águeda) e que, em curta epístola, me fazia o resumo da situação do país.
«O Grupo dos Nove não aceitou a sua integração no Conselho Superior de Revolução, por não terem sido satisfeitas as suas sugestões e cava-se uma separação mais profunda entre uma ala dita mais progressista e a mais moderada, dentro do MFA», escreveu quem, anos mais tarde e já em democracia, viria a ser deputado do CDS na Assembleia da República.
As organizações de esquerda - Partido Comunista, Frente Socialista Popular (FSP), Liga Comunista Internacionalista (LCI), Movimento de Esquerda Socialistas (MES) e Partido Revolucionário do Proletariado/Brigadas Revolucionárias (PRP/BR), talvez outras - formaram a Frente Unitária Revolucionária e organizaram uma manifestação de apoio a Vasco Gonçalves e às medidas revolucionárias.
«Sucedem-se os comícios, as manifestações e as lamentáveis ondas de violência. O povo, a grande massa eleitoral, interroga-se quanto ao futuro e pergunta quem manda neste país», escrevia Horácio Marçal.
E por Luanda?
O medo de circular na cidade medrava a cada dia (mais na noite) que passava, disso se ressentindo principalmente a população civil. Que fugia para Lisboa, tanto quanto podia - na famosa ponte aérea.
O aeroporto estava pejado de pessoas, aos milhares... (por lá andei à procura de familiares e amigos que nunca encontrei), e, pela cidade fora, não era raro tropeçarmos em enormes bichas de civis, à porta de agências de viagem, em busca de bilhetes de avião. O objectivo era... fugir de Luanda.
A vida na guarnição dos Cavaleiros do Norte, nas antigas instalações do Batalhão de Intendência (no Grafanil), seguia minimamente tranquila. Riscavam-se os dias do calendário, para o dia 8 de Setembro. O do regresso.
«Sucedem-se os comícios, as manifestações e as lamentáveis ondas de violência. O povo, a grande massa eleitoral, interroga-se quanto ao futuro e pergunta quem manda neste país», escrevia Horácio Marçal.
E por Luanda?
O medo de circular na cidade medrava a cada dia (mais na noite) que passava, disso se ressentindo principalmente a população civil. Que fugia para Lisboa, tanto quanto podia - na famosa ponte aérea.
O aeroporto estava pejado de pessoas, aos milhares... (por lá andei à procura de familiares e amigos que nunca encontrei), e, pela cidade fora, não era raro tropeçarmos em enormes bichas de civis, à porta de agências de viagem, em busca de bilhetes de avião. O objectivo era... fugir de Luanda.
A vida na guarnição dos Cavaleiros do Norte, nas antigas instalações do Batalhão de Intendência (no Grafanil), seguia minimamente tranquila. Riscavam-se os dias do calendário, para o dia 8 de Setembro. O do regresso.
Humberto Zambujo |
Jornal do BCAV. 8423 |
Zambujo da CCS, 70 anos em Sines O soldado Humberto Mora Zambujo, da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, festeja 70 anos a 1 de Setembro de 2022. Hoje mesmo! Especialista de transmissões. começou no Quitexe a sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano, continuando-a na cidade de Carmona e no BC12, e, finalmente, no Campo Militar do Grafanil - imediatamente antes do regresso a Lisboa. Além dos serviços da sua especialidade militar, a sua comissão foi marcada pela colaboração que prestou ao jornal que assinalou o primeiro aniversário da chegada do BCAV. 8423 a Angola. Foi o responsável pela ilustração também colaborou em escrita. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a Sines, onde ainda actualmente mora e onde é empresário do sector dos recursos humanos. Parabéns! |
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