O almirante Leonel Cardoso, o último Alto Comissário de Portugal em Angola, no discurso de 10 de Novembro de 1975 |
Notícia do «Diário de Lisboa» de 06/09/1975 |
Aos 5 dias dias de Setembro de 1975, uma 6ª.-feira de há 47 anos, chegou a Luanda o novo Alto Comissário, que viria a ser o último: o almirante Leonel Cardoso.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam aquartelados no Campo Militar do Grafanil e a riscar dias do calendário, expectantes quando ao dia 8, que seria (e foi) o do embarque para Lisboa. E já não no navio «Niassa», mas num avião dos Transportes Aéreos Militares (TAM), tal com o aqui temos lembrado.
Leonel Alexandre Gomes Cardoso chegou confiante e, numa entrevista ao jornal «O Comércio», de Luanda, disse ir fazer tudo o que fosse possível para «restabelecer a paz no território» e que, para tal e se necessário fosse, «as tropas portuguesas estariam à disposição, para intervir».
A chegada do almirante português coincidiu com um período frio das negociações entre o MPLA e a UNITA, depois de um recente encontro de Lisboa ter «aberto vias de colaboração». Na verdade, na véspera e segundo um comunicado do MPLA (movimento presidido pelo médico Agostinho Neto), as suas forças «rechaçaram o avanço de tropas da UNITA no Alto da Chipaca», no leste de Angola. E, por outro lado, «fizeram abortar uma tentativa daquele movimento para ocupar Cubal e Ganda, no sul».
O condutor Henrique Nunes Esgueira, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, junto da placa de entrada da vila do Quitexe, há 48 anos! |
Unidade sul-africana em
território angolano...
As escaramuças entre MPLA e UNITA, há 47 anos e nas vésperas de os Cavaleiros do Norte regressarem a Portugal, eram coincidentes com a presença de uma unidade sul-africana em território angolano.
A (não) invasão (?).
O governo português veio explicar que a 12 de Agosto o governo sul-africano lhe comunicara a entrada de um pelotão de 30 homens para proteger a bombagem de água de Calueque, próxima da fronteira e para proteger os seus trabalhadores.
A estação era considerada «vital para a população ovando daquela zona». Todavia, os relatos do MPLA iam noutro sentido: invasão do território pela fronteira da Santa Clara e ocupação das cidades de Pereira d´Eça e General Roçadas.
Uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português dava conta, a 5 de Setembro de 1975 e chamando a atenção da África do Sul, para «certas indicações de que, a partir do território da Namíbia, estavam ocorrendo no distrito do Cunene, no sul de Angola, infiltrações de mercenários e forças ainda não verdadeiramente identificadas».
A África do Sul respondeu e vincou a sua «política de não ingerência, de acordo com a qual não permite que mercenários, ou outras forças, operem a partir do seu território, ou de de território sob seu controlo».
As escaramuças entre MPLA e UNITA, há 47 anos e nas vésperas de os Cavaleiros do Norte regressarem a Portugal, eram coincidentes com a presença de uma unidade sul-africana em território angolano.
A (não) invasão (?).
O governo português veio explicar que a 12 de Agosto o governo sul-africano lhe comunicara a entrada de um pelotão de 30 homens para proteger a bombagem de água de Calueque, próxima da fronteira e para proteger os seus trabalhadores.
A estação era considerada «vital para a população ovando daquela zona». Todavia, os relatos do MPLA iam noutro sentido: invasão do território pela fronteira da Santa Clara e ocupação das cidades de Pereira d´Eça e General Roçadas.
Uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros português dava conta, a 5 de Setembro de 1975 e chamando a atenção da África do Sul, para «certas indicações de que, a partir do território da Namíbia, estavam ocorrendo no distrito do Cunene, no sul de Angola, infiltrações de mercenários e forças ainda não verdadeiramente identificadas».
A África do Sul respondeu e vincou a sua «política de não ingerência, de acordo com a qual não permite que mercenários, ou outras forças, operem a partir do seu território, ou de de território sob seu controlo».
Assim ia o período pré-independência de Angola. Há 47 anos!
Rafael S. Farinha |
Farinha, mecânico, 70 anos
na Serra da Luz de Odivelas!
O Rafael Serra Farinha foi 1º. cabo mecânico-auto da CCS, no Quitexe e em Carmona, e amanhã está em festa dos 70 anos. Dia 6 de Setembro de 2022.
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, era (e é) residente na Serra da Luz, da então freguesia de Odivelas do concelho de Loures. Lá voltou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão militar em Angola, e por lá faz vida profissional, continuando ligado à mecânica-auto e ao comércio do ramo automóvel, com estabelecimento na Pontinha, no agora concelho de Odivelas.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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