Campo Militar de Santa Margarida. O Destacamento do BCAV. 8423 seria (?) o que
está assinalado a verde. Em baixo, a primeira página do Diário de Lisboa de faz
hoje precisamente 40 anos, a falar de Angola
A 8 de Maio de 1974, faz hoje 40 anos, interessava-nos alguma coisa saber do que se passava em Angola? Claro que interessava: o nosso embarque era dali a dias e o Diário de Lisboa dava-nos conta que por lá existiam “três grande tendências políticas”, como se pode ver no título da edição desse dia - avidamente lida no bar dos cabos milicianos do RC4, em Santa Margarida, uma semana depois do 1º. de Maio que encheu as grandes praças portuguesas. O primeiro após o 25 de Abril.
O jornal reportava que uma delas apontava para as negociações imediatas para a independência, negociada com os três partidos/movimentos (a FNLA, o MPLA e a UNITA). Outra, para uma independência branca, tipo Rodésia - o que Costa Gomes já teria recusado, em declarações feitas em Lisboa e Luanda. Uma outra, a terceira, queria reunir colonos de tendência liberal e dissidentes dos movimentos - e teria, até, apoio do Governo da República de Angola no Exílio (GRAE), que se dizia ser uma emanação da UPA (a FNLA). Um seu dirigente teria estado já em Lisboa, em reunião com a Junta de Salvação Nacional
O povo angolano, esse mantinha-se na expectativa. Continuavam as operações militares no território (e que nos esperavam) e a PIDE/DGS tinha sido transformada em Polícia de Informação Militar.
Nós, futuros Cavaleiros do Norte, lá pelo RC4 e em dia de A Bola, preparávamos uma noite de folga, para uma manhã de instrução e uma viagem de fim de semana - logo depois de almoço. Contava-se o tempo para o embarque - já marcado para 27 de Maio.
Já agora, uma curiosidade desportiva: o ciclista Joaquim Agostinho ganhara na véspera (e era notícia do dia) a 14ª. etapa da Volta a Espanha, entre Oviedo e Cangas de Olis, subindo ao terceiro lugar (era quinto). Fez os 134 quilómetros em, 3 horas, 38 minutos e 16 segundos.
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