Manuel Alegre foi triunfalmente recebido em Águeda, a 11 de Maio de 1974, hoje se fazem 40 anos. Fui um dos que assistiu, a poucos dias de embarcar para Angola. Na véspera, ao Diário de Lisboa e como dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional, dissera que «é prematuro a formação do Governo Provisório»
A 11 de Maio de 1974, há precisamente 40 anos, Manuel Alegre voltou a Águeda, depois do exílio de Argel, onde foi voz da Rádio Portugal Livre. Fôra oficial miliciano em Angola. «Considero isso importante, pois estava lá parte importante da juventude portuguesa do meu tempo: operários e camponeses, jovens oficiais que participaram hoje neste movimento. Isto permitiu-me contacto com o povo", disse Manuel Alegre.
O poeta e futuro deputado, ao tempo ligado à Frente Patriótica de Libertação Nacional, disse ao Diário de Lisboa da véspera (ver imagem) que «parte importante das Brigadas Revolucionárias apoiam a posição oficial da Frente».
Ao mesmo tempo, em Berlim-Leste, o MPLA anunciava opor-se a «uma federação com Portugal» e, em comunicado, fazia questão de dizer que continuaria a «luta armada pela independência total». Agostinho Neto tinha estado reunido com o Partido Socialista Unido da Alemanha do Leste (Comunista) e sublinhava que «a queda do regime fascista de Caetano não significa que Angola obterá imediatamente a independência».
«A acção para a libertação de Angola deve continuar sob todas as formas apropriadas», disse Agostinho Neto, acrescentando que «o povo angolano não pode aceitar uma pretensa solução baseada numa federação».
«O problema colonial só encontrar solução na independência total», disse Agostinho Neto, na Alemanha Oriental, a do Leste (comunista).
Os Cavaleiros do Norte, de férias pré-embarque, marcado para 27 de Maio (seria a 29), pouca atenção dariam a estas andanças. Muito menos à chegada de Manuel Alegre a Águeda, que, na verdade, a pouco mais gente interessou (do Batalhão) que a mim e ao Neto. Por sermos de Águeda.
Chegada de Manuel Alegre, AQUI
Entrevista de Manuel Alegre, AQUI
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