CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

3 853 - Luanda sem pão e gasolina, Cavaleiros ainda no Quitexe...

A parada do Quitexe, imediatamente antes da Chegada dos Cavaleiros do
 Norte. À esquerda, onde se vê a entrada, fixaram casernas. Na linha dos
UNIMOG´s, era a dos balneários. Atrás, vê-se a capela e, à esquerda, a
Missão do Padre Albino Capela 
O padre Albino Capela, também um Cavaleiro do Norte,
foi ordenado sacerdote há exactamente 51 anos

O comandante Almeida e Brito esteve no Comando do Sector do Uíge (CSU) a 14 de Agosto de 1974, para «contactos operacionais», a que não eram alheias as alterações introduzidas no que respeita, por exemplo, a «acções ofensivas».
As ordens, no geral, eram «não bater as áreas dos «quartéis» IN e passar a apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a ZA». Por outro lado, realizando «inúmeras visitas de apoio a povos e fazendas».
A esse 14 de Agosto, e em função da diminuição da actividade operacional pro-
priamente dita, e até ao dia 16, «fizeram-se remodelações temporárias do dis-
positivo militar, com vista a garantir a eficiência das actuais missões priori-
tárias das NT». Ou seja, segundo o Livro da Unidade, «a segurança dos centros urbanos e a liberdade dos itinerários». 
Um ano depois, e com os Cavaleiros do Norte no Campo Militar do Grafanil, re-
portava o Diário de Lisboa que «apesar da calma que continua a pairar sobre Luanda, reinam grandes incertezas na capital devido à escassez de ali-
mentos», o que provocava «intermináveis bichas às portas dos restaurantes»
Os quadros do BCAV. 8423 bem sentiram isso, pois tinham de se alimentar fora do quartel e nem sempre havia onde. Também havia falta de gasolina e a UNITA apenas tinha um homem em Luanda, Dois, a FNLA: Samuel Abrigada e Graça Tavares.
Alferes F. Ramos

Alferes Ramos, 67 

anos em Foz Coa

O alferes miliciano Ramos integrou a 2ª. CCAV. 8423 entre Maio e Julho de 1975. Faz 67 anos a 14 de Agosto de 1975, em Vila Nova de Foz Coa.
Fernando António Morgado Ramos foi atirador de Cavalaria, tendo sido transferido para os Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa quando estes já estavam no BC12. Em Julho de 1975, foi de férias e já não voltou a Carmona, ficando em Luanda, onde integrou as Forças Militares Mistas - em tempo bem complicado da vida luandina. 
Regressou a Portugal, concluiu o curso de Direito e é advogado em Vila Nova de Foz Coa, de onde é natural e onde reside. Parabéns! Ver AQUI
Albino Capela e esposa

Ordenação do Padre
Capela foi há 51 anos

A ordenação sacerdotal do padre Capela foi a 14 de Agosto de 1966, há 51 anos. Foi contemporâneo dos Cavaleiros do Norte no Quitexe.

António Albino Vieira Martins Capela é natural de
Carvalheira, em Terras de Bouro. Aos 10 anos foi para o Seminário dos Padres Capuchinhos, em Vila Nova de Poiares, onde fez os estudos preparatórios até ao antigo 5º. ano.
Ingressou no Noviciado, em Barcelos, e com 17 anos, foi cursar Filosofia para Salamanca. Em 3 anos, completou o curso e foi para França, onde frequentou Teologia no Instituto Católico de Toulouse. 
Terminou Teologia no Porto e ali foi ordenado sacerdote a 14 de Agosto de 1966. Leccionou dois anos no Seminário dos Padres Capuchinhos, em Barcelos, e partiu para Angola no navio «Uíge», lá chegando a 28 de Setembro de 1968. Leccionou Religião e Moral no Liceu Nacional Salvador Correia e foi para Carmona em 1969, ficando com a área missionária do Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Cambamba.
Regressado a Portugal, Albino Capela diz que «deixei com muita pena» a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Frequentou o Curso de Humanidades da Universidade Católica, o correspondente ao antigo Clássicas (Português, Latim e Grego) da Universidade Católica e não esquece Angola. Professorou, constituiu família é. pai e avô babado, já aposentado, vive em Barcelos e é companheiro habitual dos encontros da CCS.

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