CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 26 de agosto de 2017

3 865 - Genocídio em S. Pedro da Barra, MPLA a ganhar terreno...

Cavaleiros do Norte à porta do bar e messe de sargentos do Quitexe, todos
 furriéis milicianos: Ribeiro, Capitao(falecido a 05/01/2010, de doença e em
Ourém), Lopes (enfermeiro da CCS), Flora, Viegas, Rocha e Bento. Em bai-
xo, Reino, Lopes (atirador da 3ª. CCAV. 8423), Belo e Carvalho

Notícia do Diário de Luanda de 26/08/1975, sobre
as valas comuns de S. Pedro da Barra e Farol
das Lagostas. Recorte de Rodolfo Tomás 

Luanda. Terça-feira, dia 26 de Agosto de 1975, que sabemos ser  exactamente duas semanas antes da partida dos Cavaleiros do Norte para Lisboa. A imprensa é chamada à Fortaleza de S. Pedro da Barra e Farol das Lagostas para «verificar horrores que ultrapassam os limites do suportável».
O Diário de Luanda (imagem ao lado) fala de «crimes monstruosos cometidos pelos ocupantes dos Farol das Lagostas e da Fortaleza de S. Pedro da Barra». E acrescenta que «corpos humanos em adiantado estado de decomposição testemunham a prática de crime de autêntico genocídio». 
Notícia do Diário de
Lisboa de 26/08/1975
O Diário de Lisboa, por sua vez, lembra(va) que de lá tinham sido evacuados recentemente os soldados da FNLA e que a 3 quilómetros do Forte os jornalistas en-
contraram «uma vala comum cheia de cadáveres em adiantado estado de decomposição e juncada de despo-
jos humanos» .
«Outros corpos, empilhados em diversas outras valas, não puderem ainda ser exumados, visto a FNLA ter 
Diário de Lisboa de 26/08/1975
minado o terreno», acrescentava o Diário de Lisboa.

MPLA a «tomar»
território angolano

A cidade de Luanda estava estranhamente calma e no Caxito também não tinha havido alteração da situação militar, em-
bora se verificasse «intenso movimento de forças do MPLA e da FNLA» o que, obviamente, fazia (deixava) «prever a possibilidade de confrontações, talvez as próximas horas».
O Lobito observava a saída das forças da FNLA, por mar e pela marinha portu-
guesa, para Santo António do Zaire Zaire. A UNITA já tinha saído e a área era controlado pelo MPLA. Tal como Moçâmedes, de onde também a FNLA estava para sair, negociando-se nessa altura a evacuação da UNITA.
Uma coluna militar portuguesa foi de Nova Lisboa ao Alto do Catumbela resgatar 1200 civis que estavam retidos junto à fábrica de celulose, «tendo regressado sem novidade». Pereira d´Eça, General Roçadas e Humbe, mais a sul, também ficaram controladas pelo MPLA.
Sá da Bandeira, que era «importante centro cafeeiro e rodoviário», estava desde a véspera «em posse de unidades do movimento de Agostinho Neto». «As forças da FNLA e da UNITA capitularam e comprometeram-se a abandonar a zona urbana no espaço de 24 horas e de toda a província da Huíla em 48 horas», reportou o Diário de Lisboa.
O comandante Carlos
Almeida e Brito

Almeida e Brito no

Comando de Sector

Um ano antes e para «contactos operacionais», o coman-
dante Carlos Almeida e Brito foi do Quitexe a Carmona, onde reuniu no Comando do Sector do Uíge (CSU).
O tempo era de «não realização de acções ofensivas». Já, na verdade, não se faziam operações nas áreas dos quartéis IN e os Cavaleiros do Norte passaram a «apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a ZA» - assim garantindo «a segurança dos centros urbanos e a liberdade de itinerários».
O dia ficou na história por ser o da assinatura, em Argel, do acordo entre Por-
tugal e o PAIGC, através do qual era reconhecida a independência da Guiné-Bissau - marcada para o dia 12 de Setembro desse ano de 1974. As tropas portuguesas, segundo o acordo, abandonariam o território até 31 de Outubro.

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