CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 10 de junho de 2018

4 152: Encontro da CCS em Santarém: Perguntai ao inimigo quem somos!

O casal Luz, ao centro, ladeado pelo alferes miliciano António Albano Cruz, à
 esquerda, Carlos Ferreira, o organizador do encontro de 2018, e Joaquim
Moreira, já com o estandarte que o faz juíz-mordomo mor de 2019, em Penafiel

Alferes António Albano Cruz e José Alberto Almeida,
 com o capitão Acácio Luz e esposa Violontina,
no encontro 2018 da CCS do BCAV. 8423

Os Cavaleiros do Norte da CCS partilha-
ram-se, em ambiente festivo, no mo-
mento dos 44 anos da partida para Angola e juntaram-se em Comeiras de Baixo, na Quinta Nova, bem perto de Santarém. «Estou a olhar para estas caras e vem-me a ideia de que já estou velho», comentou e ironizou, do alto dos seus vigorosos 89 anos, o agora capitão Luz - o Cavaleiro do Norte Maior destas 
O furriel Norberto Morais, à esquerda, e o 1º.
cabo Domingos Teixeira (estofador) e esposas
nossas andanças e memórias.

Perguntai ao inimigo quem somos!
E o melhor pelotão da CCS!

A ementa foi excelentemente servida no «refei-
tório» da Quinta Nova e, Carlos Ferreira, o juiz-mordomo do encontro, nas sobremesas orató-
rias, disse da sua satisfação pessoal, comen-
Os furriéis milicianos Nelson Rocha, à esquer-
da, e Cândido Pires, com as esposas
tando que «gostei muito deste bocadinho».
«Vocês são a minha segunda família. Fomos a Angola e viemos, aquilo não era nada connosco, viemos todos vivos...», acrescentou o Ferreira, que por lá foi cozinheiro na cantina e encerrou a intervenção com um vibrante «Perguntai ao inimigo quem somos!», lema do BCAV. 8423, entusiasmantemente aplaudido.
O alferes António Albano Cruz iniciou o desafio 
Humberto Zambujo, o casal António Pais (1º. cabo),
condutor Miguel Ferreira e, mais ao fundo e de
frente, 1ºs. cabos Coelho (Buraquinho) e Miguel,
com o clarim José Caetano (de cabelo branco) 
do «melhor pelotão de todos»: o parque-auto, na sua opinião, foi ele o oficial do parque, mas teve réplica. Logo, a do cozinheiro Carlos Ferreira: «E quem é que vos matava a fome?». «E se não fossem as transmissões?», asseverou o Hum-
berto Zambujo. «E o PELREC? Quem garantia a segurança, noite e dia, sempre atrás de sem-pre?», perguntou o furriel Viegas. E «a malta da saúde?», interrogou alguém.
O capitão Acácio Luz, sábio e muito oportuno,  
O condutor Henrique Esgueira, com o filho à es-
querda) e o mecânico António Simões - uma

das vítimas do incêndio de Pedrogão
comentaria momentos depois, que «todos co-
mungamos as mesmas incertezas, as mesmas saudades» e que, como bem sublinhou, «isto criou um espírito de  solidariedade e de ami-
zade que, alimentado pelos encontros-conví-
vios que todos os anos temos realizado, justi-
fica o facto de nos sentirmos felizes, aqui e agora». E para sempre, acrescentamos nós!


O condutor Américo Gaiteiro e o sapador
António Calçada, com as esposas
Amizade a 24
sobre 24 horas

A sério, mais a sério, o alferes António Albano Cruz citou «as nossas mulheres», homena-
geando-as e, por  certo bem lembrado da dra. Margarida, sua «mais-que-tudo», que o acom-
panhou, mais o seu rebento bebé, o Ricardo. A Amazona Maior Violontina Luz logo sublinhou que «não fomos à tropa, mas ficámos por cá». E sabe-se lá, dizemos nós, a quanto sofrer e noites mal dormidas, a quantas lágrimas derramar de saudades e de medos!
O alferes Cruz destacou, depois, «o tributo à nossa amizade, que é desinteres-
sada e foi de 24 sobre 24 horas...» na distante jornada africana do Uíge angola-
no. «Isso marcou-nos e é por isso que aqui estamos», sublinhou o oficial miliciano que comandou o parque-auto. - Ver amanhã, mais sobre o encontro


Agostinho Moreira,
o bruxo de Rio Moínhos

Nunes e Moreira, 66
anos de dois Zalala´s !
- Moreira foi barbaramente assassinado!

O dia 10 de Junho de 1975 é data de nascimento de dois Ca-
valeiros do Norte, ambos atiradores de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala: o Moreira e o Nunes!
Agostinho Mendes Moreira era natural de Rio Moínhos, em Penafiel. Lá desenvolveu, depois de Angola, actividades que o levaram a ser conhecido como o Bruxo de Rio Moínhos e lá foi foi barbaramente assassi-
nado a 21 de Outubro de 2009, aos 57 anos. O principal responsável apanhou 20 anos de cadeia. Hoje o recordamos com saudade. RIP!
José Gonçalves Nunes é natural de Lentiscais, freguesia do concelho e distrito de Castelo Branco, e lá reside - tanto quanto sabemos. Integrou o 4º. pelotão de Zalala, comandado pelo alferes miliciano Lains dos Santos, e por lá mora, na terra albicastrense, para lá indo o nosso abraço de parabéns!
A (agora extinta) Escola
Prática de Cavalaria

Juramento
de bandeira!

Os alferes e furriéis milicianos atiradores de Cavalaria do BCAV. 8423 juraram bandeira há precisamente 43 anos - 10 de Junho de 1973.
Todos recrutas da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, lá concluíram a formação e, a maior parte deles, também a especialização. Um deles (o futuro furriel Viegas) rodou para Lamego onde, no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), concluiu o curso de Operações Especiais (Rangers).
Já foi há 43 anos! O tempo voou!

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