Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, na parada do Quitexe e em Setembro de 1974, há quase 44 anos! |
Flora e Fernandes, furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, com uma pacaça, da caçada do dia |
A notícia maior da Angola de há 43 anos, dia 18 de Junho de 1975, vinha de Nairobi, onde os três movimentos de libertação se preparavam para encerrar a cimeira: «O cessar-foi foi ordenado ontem, no segui-
mento de um pré-acordo preparatório a que haviam chegado ainda na véspera da conferência», noticiava o Diário de Lisboa.
O jornal vespertino da capital portuguesa acrescentava que «a cimeira pode termi-
nar ainda hoje», dia 18 de Junho de 1975, com o anúncio do cessar-fogo e também «a declaração da integração, num só Exército, da Forças Armadas dos três
O Diário de Lisboa de há 43 anos falava do Exército de Angola |
A notícia foi o melhor que se poderia esperar e de-sejar por aquele tempo de passagem do primeiro ano de jornada dos Cavaleiros do Norte por terras de Angola e do Uíge. Lá pelo norte e muito esque-
cidos pelas autoridades militares de Luanda, conti-
nuavam «verdadeiramente imbuídos do sentido de grandeza», que, de acordo com o livro «História da Unidade», era «de consciente, desinteressado e leal desejo de cumprir a missão que lhe está sendo im-
posta no processo de descolonização».
Custasse isso o que custasse. E custou!
Os furriéis milicianos Fernandes e Viegas, na Estrada do Café (Rua de Cima), no Quitexe e em 1974/1975 |
O banho de mangueira
ao furriel Fernandes !
A história é do Quitexe de 1974/75 e foi lembrada pelo ex-furriel miliciano António Fernandes, que foi Cavaleiro do Norte de Zalala: um banho de mangueira, após uns copos bem bebidos (em excesso) e vómitos na cama.
«Estivemos beber na messe, a beber cervejas atrás de cervejas, tu estavas
Os furriéis Viegas e Fernandes no Encontro da Mealhada, a 2 de Junho de 2018 |
Memória avivada, há mais pormenores da história: o Fer-
nandes cambaleou até ao quarto, sozinho, atirou-se para cima da cama e, aos arranques de garganta, vomitou-a toda. E a ele mesmo. De volta à Casa dos Furriéis, depois da ronda, o Viegas deu com ele naquele estado (e a cama), despiu-o e arrastou-o uns metros, para debaixo do chuveiro. Só que o Fernan-
des, mal acordado, não se segurava de pé e foi a jacto de água de mangueira que o lavou dos vómitos, foi enxugado e vestido de roupa limpa.
«Eh pá..., até a cama me fizeste, com lençol lavado..., só dei por ela quando acordei», recordou o Fernandes, entre fartas gargalhadas, repartidas com o Flora, o Ribeiro e o Querido, na mesa do encontro da Mealhada.
O Fernandes entrava de serviço às 8 horas, de sargento de dia, e foi o Viegas quem, prolongando o seu, com a complacência do oficial de dia, creio que o alferes Jaime Ribeiro, o substituiu pela manhã fora, até que se curou da noite mal dormida - já por depois do almoço.
Noite destas, houve, ou parecidas, pelos saudosos tempos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte por terras do Uíge angolano!
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