Marcelo Caetano, a falar da Revolta das Caldas, de 16 de Março de 1974 (em cima).
Capa do Diário de Notícias, a noticiar o acontecimento (em baixo)
Já mobilizados para Angola saímos de Santa Margarida para começar, a 18 de Março, a gozar a chamada licença das normas e depois da inspecção de instrução operacional - feira pelo então coronel tirocinado Lobado Faria, ao tempo inspector da Região Militar de Tomar.
A Revolta das Caldas, assim seria denominada, envolveu uma coluna de cerca de 200 militares do Regimento de Infantaria 5, que marcharam sobre Lisboa, a pensar que estava em marcha um golpe que derrubaria o Governo de Marcelo Caetano. Assim não aconteceu e foram detidos - nomeadamente os oficiais do RI5 que faziam parte do movimento que viria a resultar no 25 de Abril - casos de Virgílio Varela, Fortunato Freitas, Ivo Garcia, Silva Carvalho e outros.
Os futuros Cavaleiros do Norte entravam em férias de pré-embarque para Angola, cuja data só viria a ser conhecida a 22 de Abril.
O responssável,do golpe de estado que esteve iminente,foi o Tenente Varela que era o comandante da 4ª companhia do R.I.5 das Caldas da Rainha,e eu, Alfredo Coelho (Buraquinho) era da 1ª Companhia que era o Capitão Novo o comandante da minha companhia. Mas o Tenente Varela era militarista,um homem 100% operacional.Ele massacrava os homens da companhia dele,ele era um homem da breca.Fizesse chuva ou sol, punha os militares todos rotos.Eu corri vários quarteis,como por exemplo:R.I.5--C.I.S.M.I.---dei recrutas no R.I 7 e no R.A.L.4 ,depois fui para o regimento de serviço de Saúde,ou seja I.R.S.e em seguida fui para o R.I.6,onde saiu a minha mobilização para Angola,e dai fui parar como todos do nosso Batalhão de Cavalaria ,ao R.C.4.Como poderás verificar fui um dos homens que tive que abrir a pestana mesmo que não quisesse.E depois tive as minhas consequêncis que foram as DESPROMOÇÕES.Tudo isto, faz parte de um Militar operacional.Viegas eu quando fui para Angola, já fui com 15 meses de tropa.Recordar é VIVER.
ResponderEliminarMeus Senhores.
ResponderEliminarHá algumas imprecisões nas narrativas apresentadas, aliás é sempre assim a história é quase sempre feita de um conjunto de incorrecções e imprecisões produzidas pelo espaço tempo decorrido entre o durante e o após, hamonizadas coerentemente para serem socialmente aceites.
Manuel Dias
Alguém que viveu o 16 de Março lá e obviamente o 25 de Abril pois estava a cumprir o serviço Militar.