CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

4 866 - A histórica Batalha de Quifandongo! Cavaleiros do Norte na Bairrada!

O jardim público da vila do Quitexe, terra dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 24 de Setembro
de 2019, visto do lado do edifício da Administração Concelhia. Ao fundo, vê-se a Igreja de Santa Maria
de Deus, onde missionava o padre Albino Capela
Encontro de Cavaleiros do Norte, a 7 de Novembro de 2019,
na Mealhada: os furriéis Neto, à esquerda, e Viegas, com o
1º. cabo Pagaimo, do Pelotão de Morteiros 4281

A três dias da independência de Angola, o jornalista Eugénio Alves, em serviço de reportagem para o Diário de Lisboa, noticiou que «as FAPLA registaram uma nova vitória na frente do Caxito, considerada como uma das maiores já infligidas ao inimigo, desde o início desta segunda guerra da libertação nacional».
A batalha ficaria histórica: a de Quifandongo. Relata o Diário de Lisboa que o combate opôs «as forças populares aos mercenários zairenses e portugueses e às forças da FNLA».
«O inimigo sofreu pesadas baixas, em homens e material, tendo tido que recuar, o que levou as FAPLA a reocuparem as vias do Piri e Quibaxe, que haviam caído há 20 dias», noticiava o jornal. Piri e Quibaxe: terras por onde os Cavaleiros do Norte do  BCAV. 8423 fizeram muitos patrulhamentos.
A vitória militar aconteceu «depois de desbaratarem as forças mercenárias na zona de Benguela», que tentaram reocupar a cidade, a partir dos morros das Bimbas.
Notícia do Diário de Lisboa de 7 de
Novembro de 1975. Há 44 anos!

Benguela e Moçâmedes,
Luanda e Carmona!

A três dias da independência combatia-se território angolano fora e nomeadamente em Benguela e Moçâmedes. E Cabinda.
«Angola vive os três dias cruciais que a separam da independência proclamada pela vanguarda revolucionária, o MPLA», reportava o Diário de Lisboa, também dando conta que «todos os observadores consideram que os próximos dias serão desesperadamente explorados pelas forças racistas e reaccionárias, no sentido de imprimirem uma viragem de última hora na situação, impedindo o MPLA de proclamar a independência».
Em Luanda, reportava Eugénio Alves, «a vida corre normalmente, apenas alterada pelos intensos preparativos para a festa da independência e pela movimentação, provocada nos hotéis da cidade».
A cidade capital de Angola registava «a chegada de inúmeras delegações - 44 africanas, 17 socialistas e cerca de 15 de outras nações».
Era o que se lia, ao tempo e além do mais, na imprensa lisboeta de há 44 anos. De Carmona e do Uíge é que notícias não chegavam.
Viegas, Pagaimo (dois Celestino´s) e Francisco
Neto já nos «finais» do leitão à Bairrada 

Encontro de Cavaleiros
com leitão da Bairrada !

O dia de hoje, por terras da Mealhada, foi tempo de encontro e de memórias de Cavaleiros do Norte do PELREC e do Pelotão de Morteiros 4281: os furriéis milicianos Neto e Viegas e o 1º. cabo Pagaimo.
Aposentado da GNR, Celestino de Jesus Pagaimo viajou de Montemor-o-Velho, dividindo caminho com os dois «águeda´s» das Operações Especiais (os Rangers) e o degustar do leitão à Bairrada não foi cerimónia para o desfiar de memórias da nossa jornada africana do Uíge angolano- do Quitexe a Carmona, das operações e patrulhas, escolas, serviços d´ordem. 
Foi um bom almoço, regado de saudades e de histórias que nos rejuvenesceram a alma.
E, para eterna memória futura, que fique em acta o seguinte: o segundo classificado da prova de S. Silvestre do Quitexe, em 1974, foi, foi..., foi quem? Foi o Pagaimo, 1º. cabo de transmissões do Pelotão de Morteiros 4281 e depois de Jorge Custódio Grácio, o vencedor, que a morte levou ainda em Angola, vítima de acidente de viação, em Julho de 1975.  
Acta assinada, para memória futura!

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