CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 19 de novembro de 2019

4 878 - Situação militar muito complicada! Cavaleiros de Zalala para Vista Alegre


 O edifício (verde) do bar e messe de sargentos da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8433, reachada
a 24 de Setembro de 2019, pelo furriel miliciano Viegas, de Operações E
speciais (Rangers). À esquerda, de
azul, a casa (destelhada) que foi residência do comandante Almeida e Brito
O monumento do jardim
do Quitexe construído
pelo BCAV. 1917
Notícia do Diário de Lisboa de 19/11/1975



A Angola independente de há 44 anos estava em guerra civil, de norte a sul, e, titulava o Diário de Lisboa de 19 de Dezembro de 1975, «com violentos combates nas três frentes»
A cidade do Lobito era um dos pontos mais sensíveis e, segundo relatava o Diário de Lisboa desse dia, «a situação militar e considerada muito complicada». 
«Um dia antes da proclamação da independência, vi mais de 50 soldados com o uniforme sul-africano a empilhar caixotes com armas, no hangar do aeródromo», disse Tiny Hodges, jornalista do «Observer»,  jornal inglês, acrescentando «a existência de uma ponte aérea entre Silva Porto e o Zaire »., de onde, diariamente, saía «um avião «Viscount» aprosionamento da UNITA», para além de, em Benguela, «aparelhos sem identificação transportam constantemente toneladas de aras para as foras intervencionistas».
Na Quibala, «foi detectada a presença de sul-africanos nas forças da UNITA». Na Frente Centro, «toda a região do Rio Queve é cenário de confrontações militares, com especial incidência sobre a ponte lançada sobre Nova Lisboa»
A Frente Norte, a que historicamente mais interessava aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 (já em Portugal desde Setembro desse ano de 1975), foi palco o onde «mercenários portugueses, apoiados por unidades regulares da República do Zaire, lançaram uma ofensiva na área de Lucala, tentando abrir caminho para Luanda, a partir do Leste».
Entendia-se o objectivo: seria, relatava o DL, «alternativa à derrota da FNLA, no Caxito, no passado dia 10» - a véspera da independência!
Carlos Ferreira (1º. cabo), José Aires, Rogério Raposo
e Fernando Coelho, Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 

Cavaleiros de Zalala
para Vista Alegre !


Um ano antes, a 19 de Novembro de 1974, chegou a Vista Alegre a CCAÇ. 4145/74, que ia substituir a CCAÇ. 4145/72. Curiosamente, a 4145/74, saiu no dia seguinte e, segundo o Livro da Unidade, «permitiu o início da saída definitiva da CCAÇ. 4145/72, para Luanda, que se começou a processar a 21 de Novembro».
Há aqui qualquer coisa menos rigorosa (e que não conseguimos esclarecer), sendo possível que logo nessa data se tenha começado a processar a rotação da 1ª. CCAV. 8423. Na verdade, o livro «História da Unidade» refere que «tornando-se necessária a ocupação de Vista Alegre e Ponte do Dange, teve início a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que completou os seus movimentos no dia 25 de Novembro, data em que assumiu a responsabilidade da sua nova ZA, ficando deste modo abandonada a Fazenda Zalala». 
O 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira, quarteleiro de armas em Zalala e que agora está em Moçambique, contou-nos que uma equipa que ele integrava foi para Vista Alegre «uns dias dantes». Por exclusão de partes, conclui-se que se a 25 já os Cavaleiros do Norte tinham concluído a sua rotação, é porque a iniciaram, dias antes. Porventura em fase coincidente com a chegada e saída da 4145/74 e, imediatamente antes, a saída da 4145/72.

Sem comentários:

Enviar um comentário