Furriéis milicianos da 1º. CCAV. 8423, a de Zalala, em trajes pouco militares e penteados muito... modernaços: Américo Rodrigues, Eusébio Martins e Jorge Barata (já falecidos) e Plácido Queirós |
O capitão José Diogo Mota da Silva Themudo, 2º. comandante do BCAV. 8423, deslocou-se a Vista Alegre e Quitexe no dia 18 de Abril de 1975, há 45 anos, no âmbito do plano de «visitas às subunidades».
Vista Alegre, por esse tempo, aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala - «a mais rude escola de guerra» -, comandada pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias e que para lá começara a rodar no dia 21 de Novembro de 1974.
A guarnição incluía o Destacamento de Ponte do Dange e o capitão José Diogo Themudo fez-se acompanhar pelo alferes miliciano António Albano Cruz, comandante do Parque-Auto, em missão de rotina fiscalizadora das viaturas.
O regresso de Vista Alegre motivou uma paragem no (nosso saudso) Quitexe, onde se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, a do capitão José Paulo de Oliveira Fernandes - lá chegada a 10 de Dezembro de 1974, rodando da Fazenda de Santa Isabel e então se se juntando à CCS.
Daniel Chipenda (à esquerda) |
Revolta do Leste e
Chipenda na FNLA!
O dia 18 de Abril de 1975, uma sexta-feira, foi tempo de se saber que a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA liderada por Daniel Chipenda - e por isso também vulgarmente denominada Facção Chipenda - se dissolveu e foi integrada na FNLA.
O acordo tinha sido assinado na véspera, em Kinshasa, e previa que Chipenda passasse a integrar o Conselho Nacional da Revolução e do Gabinete Político, assumindo também as funções de secretário-geral adjunto da FNLA.
A France Press, agência que dava a notícia, acrescentava que «os principais elementos da facção dissolvida ocuparão igualmente postos de responsabilidade nas diferentes instância da FNLA».
A tropas da Facção Chipenda, ainda segundo a France Press, «serão integradas nas unidades do Exército Nacional de Libertação de Angola» - o ELNA, que era o braço armado, o exército da FNLA de Holden Roberto.
O furriel Viegas com a madrinha Isolina e as netas Fátima e Idalina, em Abril de 1975 1975 |
O furriel Viegas em Nova Lisboa, em Outubro de 2019, frente à casa do (seu) tio-avô Joaquim Viegas (a amarela) que lá foi reencontrar |
Férias por Angola,
adeus ao Huambo !
Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, por estes dias de Abril de 1975, faziam malas para o adeus a Nova Lisboa, actual Humbo - a caminho das litorais cidades de Benguela e Lobito.
A viagem foi feita em comboio do Caminho de Ferro de Benguela, em longas horas e muitas paragens - que muiyo boa parte dos passageiros aproveitavam para vender (e comprar) mercadorias de todo o tipo e feitio. Até animais vivos.
Nova Lisboa e o planalto huambano ficavam para trás, mas continuaram permanentemente arquivadas nas nossas memórias - que em Outubro de 2019 foi avivar ao... vivo. E nas nossas memória, até hoje, pelo que era a sua belíssima paisagem, a sua qualidade de vida e modernidade, os equipamentos urbanos, sociais e culturais, a sua riqueza natural, o desenvolvimento, é verdade..., mas principalmente pela cortesia e bem-receber das suas gentes! O seu fino trato e generosidade! Inesquecíveis!
Tudo isso reencontrei em Outubro de 2019, quando lá voltei, em jornada de saudade e memória e lá reachando as casas do tio-avô Joaquim Viegas e da família Neves Polido, onde morava a madrinha Isolina, mãe de Cecília Neves.
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Martins de Zalala, 68
anos em Alverca !
O 1º. cabo José Miguel Martins, da 1ª. CCAV. 8423, a Fazenda de Zalala, festeja 68 anos a 18 de Abril de 2020.
Atirador de Cavalaria do 4º. Grupo de Combate, o do alferes miliciano José Manuel Lains dos Santos, com os furriéis milicianos Américo Rodrigues, Jorge Barata (ambos já falecidos) e José Louro, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se em Aldeia de Santa Margarida, do concelho de Idanha-a-Nova.
Mora agora em Alverca, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
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