CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

5 043 - A véspera do 1º. de Maio de 1974 e os incidentes de Luanda!

Os Cavaleiros do Norte da CCS voltaram ao RC4 em 2017 e aí realizaram, a 3 de Junho, o seu encontro anual.
Formaram em parada e receberam diplomas de participantes no 25 de Abril de 1974, entregues,  como se
vê na foto, pelo coronel Celso Braz, o então comandante do Regimento de Carros de Combate (o antigo RC4)

A aldeia do Cazenza, vista do adro da Igreja de Santa Maria
 de Deus do Quitexe - a 24 de Setembro de 2019. Fica ime-
diatamente a seguir à vila, para o lado de Camabatela

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 30 de Abril de 1974, continuavam no Campo Militar de Santa Margarida e no Destacamento do RC4, ultimando a sua preparação operacional para a missão que os iria levar a Angola.
As algumas indecisões resultantes do 25 de Abril faziam alimentar alguma esperança quanto à não ida, mas. obviamente isso rapidamente «morreu»: estavam militares pro Angola, com com missão cumprida, alguém tinha de os ir substituir. 
O dia 30 de Abril de 1974 foi uma terça-feira e com a febre revolucionária a ferver na alma dos portugueses, a imprensa portuguesa antecipava a festa do 1º. de Maio, que era no dia seguinte, e o Diário de Lisboa titulava a primeira página: «A caminho da Democracia |  A Junta pede serenidade no 1º. de Maio».
«A Junta de Salvação Nacional reconhece aos trabalhadores portugueses o dia 1 de Maio como o da sua festa maior feriado nacional e. para tal, decretou que seja feriado nacional», lia-se no comunicado oficial, relativo às manifestações públicas marcadas para o dia seguinte - o 1º. de Maio de 1974, o primeiro depois da revolução!
Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, aqui no Qui-
texe, estavam em Luanda, quando, há 45 anos,
 se registaram graves incidentes entre os
movimentos angolanos

Incidentes em Luanda,
entre os 3 movimentos

Um ano depois, já por 1975 adentro, «Luanda acordou ao som de tiroteio» e durante a manhã «registaram-se ainda diversos incidentes, que ultrapassavam já os limites dos musseques».
«Pode dizer-se que Luanda não dormiu. Os disparos de morteiros, os tiros de canhão, as rajadas de  armas automáticas e metralhadoras pesadas perturbaram a serenidade e a paixão dos habitantes da capital angolana durante a noite», reportava o Diário de Lisboa de 30 de Abril de 1974, acrescentando que se «desconheciam as causas dos incidentes», mas que alguns observadores admitiam que se tratava de acções para «criar um ambiente de pânico que impeça a realização das manifestações do 1º. de Maio previstas para amanhã e convocadas pelo MPLA».
Os primeiros incidentes tinham sido entre forças do MPLA e da FNLA mas, referia o DL, «ontem à noite ocorreu um reecontro da FNLA e da UNITA».
Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, no seu adeus às férias e a Luanda, ainda foram «parte» dos incidentes quando, viajando de avião para Carmona no fim de tarde de 29 de Abril, teve a aeronave de voltar ao aeroporto, pouco depois de levantar voo e devido aos disparos de morteiros e canhões que «incendiaram» o céu da capital angolana. 
Américo Oliveira

Oliveira, sapador da CCS, 68
anos na Póvoa do Lanhoso !

O soldado Américo da Silva Oliveira, da CCS do BCAV. 8423, a Companhia do Quitexe, festeja 68 anos a 30 de Abril de 2020.
Cavaleiro do Norte sapador de especialidade militar, voltou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em Alto do Vilar, da freguesia de Sobrado, no município de Valongo. Supomos que, actualmente, viverá em Taíde, freguesia do concelho da Póvoa do Lanhoso, para onde, ou para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!  

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