CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 22 de abril de 2020

5 035 - Troca de prisioneiros em Úcua e reuniões do Gabinete Militar Misto

O PELREC da CCS do BCAV. 8423 antes de partir para mais uma missão. Em cima, da esquerda para a direita,
Caixarias 1º. cabo Pinto, 1º. cabo Ezequiel, Florêncio, 1º cabo Soares, Neves, Messejana e 1º. cabo Almeida.
Em baixo, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito e Oliveira (TRMS), Leal, Francisco, furriel Viegas e 1º. cabo
 Vicente,  Soares, Messejana, Almeida, Leal e Vicente já faleceram. RIP!!!
Os furriéis milicianos Plácido Queirós e Américo Rodrigues,
 o 1º. sargento Fialho Panasco e um dirigente da administração
 civil de Vista Alegre, com o filho e em 1975



Aos 22 dias de Abril de 1975, há 45 anos, pelos chãos do norte de Angola - no nosso querido e saudoso Uíge!!!..., os Cavaleiros do Norte estavam em fase de adeus a Vista Alegre e a Ponte do Dange, terras da jornada africana dos Cavaleiros do Norte de Zalala - toda a 1ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano Davide Castro Dias.
Iriam rodar dois dias depois, desactivando estes aquartelamentos, logo ocupados pelos movimentos de libertação (creio que de forma mista...) e rodando para o Songo, «com um Destacamento temporário em Cachalonde»
Ao tempo, preparavam-se também as primeiras eleições (marcadas para o dia 25) e, pelo norte de Angola e nesse mesmo dia, os Cavaleiros do Norte estiveram envolvidos num segundo patrulhamento a Úcua «com vista a fazer-se uma troca de prisioneiros, que, sem êxito, já tinha sido tentada em 21 de Abril», na véspera.
A esse dia 22 de Abril de 1975 e «no resultado de uma delas, veio a realizar-se uma reunião a nível mais elevado, com elementos do Gabinete Militar Misto» - da qual acabou por resultar a troca de prisioneiros em Úcua.
Vivia-se «a procura de obter para o Uíge uma calma aparente e o entendimento entre todos os movimentos», tarefa que não foi nada fácil. Os problemas que pela altura se viviam, na, recordemos, «ressaca dos incidentes de Luanda e Salazar», justificaram a «procura de encontrar soluções», nomeadamente, como refere o livro «História da Unidade», «através de reuniões semanais, primórdio de Estado Maior unificado».
A tensão crescia, lá pelas andas do norte, onde jornadeavam os Cavaleiros do BCAV. 8423! Piores dias estavam para chegar!
O furriel Viegas no porto do Lobito, de férias 
e em finais de Abril de 1975...

Cavaleiros em férias
por Lobito e Benguela

Lobito e Benguela, a 22 de Abril de 1975, continuavam a ser chão de férias angolanas dos furriéis milicianos Cruz e Viegas, da CCS, mas já a fazer malas para a viagem aérea para a capital  Luanda. 
... e em Outubro de 2019, mais de 44 anos depois!
O fim da tarde dessa 3ª.-feira abrilina de há 45 foi tempo para um lauto e bem apetitoso encontro gastronómico, a matar saudades de Águeda e com o meu particular amigo Zé Ferreira, o furriel miliciano de Operações Especiais (Rangers) que jornadeou pela Fazenda Maria Fernanda, meu antigo, nos Dembos, e tinha sido companheiro de escola de Águeda, depois contemporâneo de Lamego (eu já instrutor, ele ainda instruendo...), ainda hoje amigo e... de sempre. 
O jeito do adeus foi regado numa esplanada da Restinga benguelense, com umas boas pratadas de camarão, regados a cerveja bem fresquinha. Só podia!!!! E com bons bifes com batatas fritas e ovo a cavalo, a servir de sobremesas, com vinho tinto, ui... «coisa» muito rara por aqueles tempos! Uns verdadeiros luxos!
Furriéis do BCAV. 8423 há 46 anos e no
RC4: Carlos Letras, José Louro e Vitor
Costa, de pé, e João Brejo

Instrução operacional
em Santa Margarida !

Um ano antes, precisamente, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 regressaram ao Regimento de Cavalaria nº. 4 (o RC4), no Campo Militar de Santa Margarida, depois de gozar os clássicos 10 dias da chamada Licença de Normas.
O dia 22 desse Abril de 1975 foi uma segunda-feira e o objectivo do regresso era «dar efectivação à instrução operacional», que antecederia a partida para Angola - ainda que se desconhecendo as datas, que entretanto, e citamos o livro «História da Unidade», «foram marcadas para fins de Maio, princípios de Junho».
A instrução logo foi interrompida, refere o «HdU», «face ao Movimento das Forças Armadas de 25 de Abril de 1974». Que foi na seguinte quinta-feira.

Sem comentários:

Enviar um comentário