Recorte da imprensa de Luanda de 6 de Agosto de 1975 sobre a coluna que tinha saído de Carmona |
Uma quarta-feira de há precisamente 47 anos e comandada pelo tenente-coronel Almeida e Brito, oficial de Cavalaria.
A cidade do Dondo era importante nó rodoviário angolano, cruzamento das estrada para Nova Lisboa e Salazar (actual N´Dalatando), por onde passaram os Cavaleiros do Norte para a última etapa da épica rotação, que em terceiro dia, já vinha da uijana cidade de Carmona.
A. Brito comandou coluna de Carmona ao Grafanil |
A inglesa BBC, estação de televisão de Londres, a este tempo, fazia a cobertura aérea da parte final da coluna, com uma equipa de reportagem. Às 10,20 horas, a coluna seguia em estrada de asfalto e foi sobrevoada por um helicóptero (com a BBC) e dois Fiat´s - caças bombardeiros da Força Aérea Portuguesa (FPA).
Passou-se Catete, a terra de Agostinho Neto (o presidente do MPLA) e, já por entre as 11 horas e o meio dia, com todos os civis da coluna, os Cavaleiros do Norte «começaram a chegar ao Grafanil», onde, ansiosos, os esperava os companheiros que, três dias antes, tinha viajado de avião.
O tempo de escoamento foi de 45 minutos.
«Terminou assim, às 12,45 horas, o movimento do BCAV. 8423 de Carmona para Luanda, nos 570 quilómetros de itinerário e no tempo de 58,45 horas, trazendo cerca de 700 a 800 viaturas», relata o livro «História da Unidade».
O mesmo livro sublinha também que «terminou, assim, a odisseia de milhares de civis que, à chegada a Luanda» e acrescenta que esta «teria sido a missão mais difícil do BCAV., mas também aquela em que bem demonstrou o seu «querer e saber querer», conduzindo uma operação que forçosamente terá de ser um pilar bem marcante da sua história».
«Terminou assim, às 12,45 horas, o movimento do BCAV. 8423 de Carmona para Luanda, nos 570 quilómetros de itinerário e no tempo de 58,45 horas, trazendo cerca de 700 a 800 viaturas», relata o livro «História da Unidade».
O mesmo livro sublinha também que «terminou, assim, a odisseia de milhares de civis que, à chegada a Luanda» e acrescenta que esta «teria sido a missão mais difícil do BCAV., mas também aquela em que bem demonstrou o seu «querer e saber querer», conduzindo uma operação que forçosamente terá de ser um pilar bem marcante da sua história».
e dezenas de quilómetros !
A imprensa luandina do dia seguinte reportava que «chegou do Uíge uma coluna de civis e militares» de Carmona e do Negage. Citando números algo diferentes.
A imprensa luandina do dia seguinte reportava que «chegou do Uíge uma coluna de civis e militares» de Carmona e do Negage. Citando números algo diferentes.
«A coluna compreendia cerca de 1500 veículos, muitos dos quais de carga, com mobílias, electrodomésticos e outros bens, pertencentes aos europeus residentes naquelas zonas e que, pelos vistos, tencionam abandonar o país, em virtude do que ali está a acontecer e da retirada tropa portuguesa».
«Muitas destas pessoas», ainda segundo o jornal (supomos que o «A Província de Angola», na altura já «Jornal de Angola»; ou talvez o «Notícias de Luanda» - ver o recorte na imagem acima), «nasceram naquelas terras ou lá viviam há muito tempo». «Disseram que devem ser raros os europeus que lá ficaram, apesar de Daniel Chipenda ter estado o Negage a tentar demovê-los de partirem», referia o jornal.
O Diário de Lisboa, por seu lado, dava conta que «a retirada das tropas portuguesas que se encontravam em Carmona e no Negage, onde se encontrava uma base aérea portuguesa, originou a saída do resto da população europeia que ainda se encontrava na região».
«A FNLA parece ter posto algumas dificuldades à saída maciça destes milhares de pessoas», reportava o vespertino de Lisboa, sublinhando também que a coluna tinha «uma extensão de dezenas de quilómetros».
Craveiro de Luísa Maria
faleceu há 3 anos !
O encarregado da Fazenda Luísa Maria, onde esteve aquartelado um destacamento dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 (e outros, em tempos anteriores), era José Lopes Craveiro, que faleceu há 3 anos: a 6 de Agosto de 2019 e aos 91 anos.
José L. Craveiro |
Craveiro de Luísa Maria
faleceu há 3 anos !
O encarregado da Fazenda Luísa Maria, onde esteve aquartelado um destacamento dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 (e outros, em tempos anteriores), era José Lopes Craveiro, que faleceu há 3 anos: a 6 de Agosto de 2019 e aos 91 anos.
Natural de Maçãs de D. Maria, no concelho de Alvaiázere, a sua jornada africana do Uíge angolano foi passada a livro, da autoria de seu filho Carlos, obra intitulada «Cartas de chamada de um regresso anunciado», apresentada a 28 de Junho de 2015 e em sessão na qual participou o blogue «Cavaleiros do Norte / BCAV. 8423».
Afazenda ficava a uns 40 quilómetros do Quitexe, seguindo pelo caminho de Camabatela, onde algumas vezes fomos e onde José Lopes Craveiro sempre foi fidalgo e hospitaleiro anfitrião dos jovens combatentes e hoje o recordamos com saudade, dele fazendo memória RIP!!
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