CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

5 892 - Calma na Luanda de há 47 anos, mas... com três exércitos e o fogo das armas Angola fora !


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: os alferes milicianos João Machado
 e Domingos Carvalho de Sousa (que hoje faz 70 anos), 1º. sargento Fernando Mendes Pereira Norte (já
 falecido) e furriel miliciano Jesuíno
 Pinto (falecido a 3 de Maio de 2017, de doença e em Vila Verde)

Notícias de Angola no
«Diário de Lisboa» de
12/08/1975

A situação militar em Angola, a 12 de Setembro de 1975, não era a melhor e a imprensa portuguesa relatava que «reina a calma na cidade de Luanda, onde os últimos efectivos da FNLA que se encontravam acoitados em S. Pedro da Barra, foram já retirados» e o MPLA «mantém firmemente as suas posições na capital angolana»
Há precisamente 47 anos!
O Gabinete do Alto Comissário divulgou um comunicado, dando conta que as Forças Armadas Portuguesas, a pedido da FNLA, tinham evacuado o pessoal do ELNA que estava na cidade: 450 de S. Pedro da Barra (que logo foi ocupado pelas forças portuguesas) e 500 do Bairro do Saneamento (que, no dia 9 de Agosto, saíram por via marítima).
Para 12 de Setembro, ficou marcada a saída dos ELNA´s que estavam no Grafanil e integravam as Forças Militares Mistas.
A UNITA «também já retirou», relatava o Diário de Lisboa, e na véspera «apenas um funcionário se mantinha», mas também ele «preste a retirar para Nova Lisboa».
Luanda, «apesar de ter voltado a calma» contava aos milhares «os candidatos à transferência para outras zonas», onde, reportava o jornal, «a fome espreita». Na capital angolana e contrariamente ao que se admitia na véspera (em que se sublinhava o espectro da fome), «começava a faltar o café, a gasolina e o tabaco», mas, frisava o jornal, «a vida continua a decorrer normalmente, ao passo que, no sul, água se torna rara, a carne é difícil de encontrar e o pão é inexistente».
Mas «ainda não se atingiu o alarme no capítulo do abastecimento alimentar», como sublinhava o Diário de Lisboa. Porém, como nós mesmos testemunhámos, sem quaisquer dúvidas, restaurantes havia que nem sequer abriam portas, por falta, justamente, de... géneros alimentícios.

Três exércitos, o
fogo das armas 

Angola, foram de Luanda, continuava a ferro e fogo, com três exércitos em armas: o ELNA (da FNLA), as FAPLA (do MPLA) e as FALA (da UNITA). 
«Quase todas as regiões do país estão em fogo de armas», reportava o Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975. E apontava o Caxito (a norte de Luanda e a caminho de Carmona), em Moçâmedes (no extremo sul) e em Nova Lisboa (no sueste, centro do país). E «aumento de tensão» em Sá da Bandeira.
Os três movimentos de libertação «travam combates sobre combates, procurando alargar a sua zona de influência»: o MPLA a predominar no centro, leste e costa ocidental, a UNITA predominantemente no sul (e cada vez mais próxima da FNLA), a FNLA «bem instalada no norte».
O norte angolano, que era a terra onde os Cavaleiros do Norte tinham jornadeado até uma semana antes e de onde não chegavam notícias.
Alferes Domingos
Carvalho de Sousa

Alferes Carvalho festeja 70 
anos em Marrazes de Leiria!

O alferes miliciano Domingos Carvalho de Sousa, da 2ª. CCAV. 8423, está hoje em festa: faz 70 anos neste dia 12 de Agosto de 2022!
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e oficial dos Cavaleiros do Norte da subunidade de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal a 10 de Setembro de 1975 - no final da sua jornada africana do norte de Angola, que também o levou a Carmona. Ao lugar de Marinheiros, freguesia de Marrazes, em Leiria, de onde é natural e onde residia. Ainda hoje lá vive - agora na Travessa do Outeiro do Pomar -, reformado depois de uma vida de trabalho técnico e finalmente na área das vendas, como técnico comercial durante 20 anos.
Grande e forte abraço para ele, neste dia 12 de Agosto do século XXI, quando passa mais um belo dia sua grande sénior da vida. Parabéns!
O Picote e o furriel
Viegas no verão de 2012

Picote, condutor da CCS,
faleceu há 4 anos !

O soldado António Rosário Picote, condutor auto-rodas da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 4 anos, em Á-dos-Negros, concelho de Óbidos.
Lá nasceu a 10 de Novembro d 1952 e lá regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e, solteiro, teve as setas do amor a assaltar-lhe o coração em 2014, aos 62 anos, então casando com Celeste Utom, guineense e mãe de dois filhos e de quem, de resto, até adoptou o apelido.
A família próxima é que esteve em desacordo com o casamento, mas ele «juntou os trapos» e fez uma grande festa. Tinha 62 anos! A saúde é que o foi fragilizando, decorrente de imensas complicações hepáticas. 
Hoje, quando 4 anos se passa, sobre o seu passamento, o recordamos com saudade. RIP!!!

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