Os alferes milicianos Carlos Sampaio (da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e de oficial de dia no Quitexe) e António Garcia e o furriel Viegas, ambos da CCS e momentos antes da saída do PELREC para mais um patrulhamento por estradas e picadas do Uíge
| Cavaleiros do Norte do PELREC: 1º. cabo Almeida (falecido a a 08/02/2009, de doença e em Penamacor), Messejana (f. a 27/112009, em Lisboa e de doença), Neves, 1º. cabo Soares (f. em 2019), Florêncio e Ezequiel, Em baixo, 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede), furriel Viegas, Francisco e Leal (f. a 18/06/2007, de doença e em Caixaria, Pombal) |
O livro «História da Unidade», os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, regista, sobre os dias e noites de há 48 anos, que se acentuava a «intensa actividade de patrulhamentos, nomeadamente orientados para a obtenção de liberdade de itinerários». Actividade operacional que, de resto, já se vinha a realizar pelas picadas e estradas (mais por estas) no norte uíjano de Angola, mas agora com muito mais assiduidade e, por consequência, com maior sacrifício dos militares do BCAV. 8423 que por lá jornadeavam desde Junho desse ano. O dia 2 de Outubro de 1974, por outro lado, foi o da abertura da delegação do MPLA em Kinshasa (Zaire), depois de negociações conduzidas pelo presidente Agostinho Neto e Daniel Chipenda, vice-presidente da direcção provisória. Tal acontecia no «âmbito da ajuda concreta e da solidariedade do Zaire para com os movimentos de libertação, em geral, e para com a luta do povo angolano pela independência, em particular». O Zaire de Mobutu Sese Seko, que se sabia ser grande apoiante da FNLA. Paralelamente, o PCDA, a FUA e a FRA - partido criados após o 25 de Abril, por colonos portugueses - organizaram «um campo de treinos, com a finalidade de formarem um exército particular», segundo noticiava o Diário de Lisboa. Era disso que o MPLA os acusava, sublinhando estarem os três partidos «a organizar um exército, para impedirem que sejam satisfeitas as legítimas aspirações do povo angolano». | Cavaleiros do Norte da secretaria da CCS: furriéis milicianos José Monteiro e Francisco Dias e 1ºs. cabos Miguel Teixeira, Vasco Vieira (Vasquinho) e, em baixo, Fernando Pires |
Um exército de brancos..., as ligações à UNITA
O presidente Agostinho Neto afirmava mesmo que os três partidos «têm ligações à UNITA», que era, ao tempo, o único movimento de libertação ainda não reconhecido pela OUA - a Organização de Unidade Africana. O suposto exército incluiria angolanos brancos e estaria a ser treinado por militares sul-africanos «em três campos recentemente criados no território», - o que, na opinião de Neto, se encandeava no «jogo muito perigoso» que o então já retirado António Spínola vinha a fazer, nomeadamente «cultivando e escutando fantoches e dirigentes de partidos políticos que não representam o povo» - referindo-se, naturalmente, ao PCDA, à FUA e à FRA. Spínola, na sua versão (a de Neto), estaria a «apoiar activamente os grupos de colonos portugueses em Angola» e, mais, de «estar disposto a a aceitar ali um Governo minoritário». Soube-se também que a revista «Notícia» foi multada, por causa de notícia sobre uma reunião de oficiais portugueses - que já motivara multas aos jornais «A Província de Angola» e «O Comércio», ambos de Luanda. Foi divulgado que os oficiais consideravam que «só os movimentos de libertação devam ser reconhecidos como representantes do povo angolano», o que Rosa Coutinho desmentiu, referindo ser «falsa e uma interpretação errada da reunião realizada a 20 de Setembro em Luanda, com a participação de 500 oficiais».
|
Sem comentários:
Enviar um comentário