Os capitães Manuel Leal e Acácio Luz no encontro da CCS de 2016, em Custóias (Matosinhos) |
O capitão miliciano médico Manuel Soares Cipriano Leal faleceu há precisamente 3 anos, a 10 de Abril de 2020, na Póvoa do Varzim e aos 91 anos. Faria 92 a 3 de Outubro seguinte.
Licenciado em medicina e oficial miliciano das Forças Armadas Portuguesas, concluiu a sua comissão militar em Novembro de 1974, quando integrava os quadros dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Ribatejano de Santarém, regressou a Fafe, onde residia e exercia medicina - que continuou até aos seus quase 90 anos, antes de fixar residência na Póvoa do Varzim.
O prestígio e a popularidade que tinha na guarnição multiplicaram empatias com os jovens Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, depois de já ter servido o BCAÇ. 4211. Também pelo cavalheirismo que assumia e sempre partilhou e a competência dos seus diagnósticos, o virtuosismo e eficácia do receituário e trato afável e a permanente jovialidade, a boa piada que sempre soltava, brincalhando o seu e nossso dia-a-dia puseram o dr. Leal no altar da nossa admiração
Havia necessidade de uma graça para o momento, aí estava a irreverência amadurecida do dr. Leal. Era preciso acudir a um civil adoentado, lá estava o dr. Leal a correr para a enfermaria ou galgar as picadas uíjanas, para ir às sanzalas «ver» o povo. De auscultadores operacionais e maleta na mão, sempre estava disponível para testar qualquer febre ou suspeita que adoentasse o cidadão - militar ou civil.
Era preciso ir às fazendas e aldeias de mata afora, lá íamos nós de arma entre os joelhos, de olhos bem abertos e a espreitar para os adiantes das picadas, sentados nos «burros de mato», a comer pó e a temer perigos, mas sempre com a enorme alegria de servir e por escoltarmos o dr. Leal, o «nosso» capitão médico..., para que acudisse ao povo sofrido.
O prestígio e a popularidade que tinha na guarnição multiplicaram empatias com os jovens Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, depois de já ter servido o BCAÇ. 4211. Também pelo cavalheirismo que assumia e sempre partilhou e a competência dos seus diagnósticos, o virtuosismo e eficácia do receituário e trato afável e a permanente jovialidade, a boa piada que sempre soltava, brincalhando o seu e nossso dia-a-dia puseram o dr. Leal no altar da nossa admiração
Havia necessidade de uma graça para o momento, aí estava a irreverência amadurecida do dr. Leal. Era preciso acudir a um civil adoentado, lá estava o dr. Leal a correr para a enfermaria ou galgar as picadas uíjanas, para ir às sanzalas «ver» o povo. De auscultadores operacionais e maleta na mão, sempre estava disponível para testar qualquer febre ou suspeita que adoentasse o cidadão - militar ou civil.
Era preciso ir às fazendas e aldeias de mata afora, lá íamos nós de arma entre os joelhos, de olhos bem abertos e a espreitar para os adiantes das picadas, sentados nos «burros de mato», a comer pó e a temer perigos, mas sempre com a enorme alegria de servir e por escoltarmos o dr. Leal, o «nosso» capitão médico..., para que acudisse ao povo sofrido.
A filha do dr. Manuel Leal, a escritora Benedita Stingl, recebeu, em 2018, o «Prémio Carreira» com que foi homenageado pelo «Notícias de Fafe». Em fundo, a imagem do «nosso» capitão médico miliciano |
e condecoração militar !
O comando do BCAV. 8423 fez-lhe memória e elogio da sua competência profissional, porquanto, e citamos o louvor oficial de Setembro de 1974, «servindo no Subsector do Quitexe há cerca de dois anos, sempre demonstrou a maior competência profissional na resolução de todos os casos clínicos que he surgiram, com elevado espírito de servir, no que evidenciou perfeita identidade com a missão que lhe foi solicitada, nunca se poupando a sacifícios, nem olhando a horas de descanso, apoiando permanentemente as populações civis, africanas e europeias».
O dr. Leal, e disso eu sou testemunha pessoal (como se fosse preciso...), não poupava a sua generosidade para servir, custasse-lhe isso centenas de quilómetros de picada, ou apenas as centenas de metros que o separavam da messe da oficiais até à enfermaria militar e à Delegação de Saúde do Quitexe, de que era responsável.
Foi condecorado com a Medalha Militar Comemorativa das Campanhas do Exército Português, com a legenda ANGOLA 1972-1973-1974. Deixou o Quitexe, com missão cumprida, em Outubro de 1974.
o Prémio Carreira !
O capitão médico miliciano Manuel Leal regressou à vida civil e sacerdotalmente se dedicou à medicina privada e social, sendo homenageado, aos 89 anos, na 6ª. Gala Ardina d´Ouro, do jornal «Notícias de Fafe», a 17 de Março de 2018, e recebendo o Prémio Carreira - que galardoou «um notável percurso de vida, de exemplo de entrega aos outros» e a cerimónia teve lugar no Teatro-Cinema de Fafe, lotado, perante mais de 300 pessoas.
Nao teve a sua presença física - imprevistamente hospitalizado, poucos dias antes -, tendo sua filha, a escritora Benedita Stingl, recebido o prémio. Recebeu-o no hospital, depois e «com a emoção no olhar», expressando gratidão ao jornal «pela iniciativa de homenagear alguns fafenses de sangue, ou de coração, como eu» e, depois, disse, a Fafe e aos fafenses, «pela hospitalidade imensa com que me receberam».
«Famílias inteiras, de avós a netos, confiaram em mim como médico e tornaram-se verdadeiros amigos. A todos, bem-hajam. Estão para sempre comigo», disse o dr. Manuel Leal, exibindo o (seu) Prémio Carreira.
A última vez que participou nos encontros da CCS foi em 2016, em Custóias (Matosinhos), sempre jovial e bem-disposto.
Todos perdemos uma grande referência de vida, pela nossa jornada africana do Uíge angolano! E de cidadão! O capitão miliciano médico Manuel Leal ficará para sempre nas nossas memórias!
O capitão médico miliciano Manuel Leal regressou à vida civil e sacerdotalmente se dedicou à medicina privada e social, sendo homenageado, aos 89 anos, na 6ª. Gala Ardina d´Ouro, do jornal «Notícias de Fafe», a 17 de Março de 2018, e recebendo o Prémio Carreira - que galardoou «um notável percurso de vida, de exemplo de entrega aos outros» e a cerimónia teve lugar no Teatro-Cinema de Fafe, lotado, perante mais de 300 pessoas.
Nao teve a sua presença física - imprevistamente hospitalizado, poucos dias antes -, tendo sua filha, a escritora Benedita Stingl, recebido o prémio. Recebeu-o no hospital, depois e «com a emoção no olhar», expressando gratidão ao jornal «pela iniciativa de homenagear alguns fafenses de sangue, ou de coração, como eu» e, depois, disse, a Fafe e aos fafenses, «pela hospitalidade imensa com que me receberam».
«Famílias inteiras, de avós a netos, confiaram em mim como médico e tornaram-se verdadeiros amigos. A todos, bem-hajam. Estão para sempre comigo», disse o dr. Manuel Leal, exibindo o (seu) Prémio Carreira.
A última vez que participou nos encontros da CCS foi em 2016, em Custóias (Matosinhos), sempre jovial e bem-disposto.
Todos perdemos uma grande referência de vida, pela nossa jornada africana do Uíge angolano! E de cidadão! O capitão miliciano médico Manuel Leal ficará para sempre nas nossas memórias!
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