CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 17 de abril de 2023

7 141 - Cavaleiros do Norte a proteger pessoas e bens no Uíge! Agressão à consulesa da Holanda em Luanda!


A vila do Quitexe, com a Igreja de Santa Maria de Deus ao fundo, vista do jardim da Administração e com
a Estrada do Café pelo meio. Atrás do imbondeiro, à direita, ficava o comando, parada, casernas, oficinas,
cozinha e refeitório do BCAV. 8423. Imagem de 24 de Setembro de 2019
Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo. À esquerda, a messe de oficiais
(de cor  laranja); à direita, o bar dos praças do BCAV. 8423. 
ONU


Os tempos de 17 de Abril de 1975 foram tempos de os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge, continuarem, e com êxito, a sua missão de protecção de pessoas e bens, sem olhar a cores de pele e de política, de religião ou de fé. As primeiras eleições pós-25 de Abril preparavam-se no terreno, com imensos comícios no Portugal Europeu e, em Carmona, os Cavaleiros do Norte iam sendo esclarecidos e operacionalizados.
«Dando a nossa colaboração ao processo revolucionário de Portugal, foi o BCAV. encarregado da montagem das mesas de voto em Carmona», refere o livro «História da Unidade». Estávamos a uma semana das eleições para a Assembleia Constituinte, a 25 de Abril de 1975.
O dia foi também o da chegada a Luanda da delegação da Organização de Unidade Africana (OUA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). 
Há precisamente 48 anos!  Como o tempo passou!
«Recebida com bastante frieza», reportou o Diário de Lisboa, citando despachos das agências noticiosas Reuters e  France Press e dando conta, também, que foi «aguardada apenas pelo embaixador da Zâmbia em Luanda e por um oficial das Forças Armadas Portuguesas».
A missão era chefiada por Abdul Farah, assistente do secretário geral das Nações Unidas (que era Kurt Waldheim) e «chegou a Luanda no meio de uma verdadeira tempestade de protestos públicos». 
«Todo o mundo deseja a paz em Angola e todos os movimentos de libertação possuem, sem dúvidas, dirigentes conscientes, por isso mesmo estamos seguros que, sob orientação desses dirigentes, a prosperidade angolana é verdadeiramente possível», disse Abdul Farah, comentando o objectivo da delegação que chegava na capital de Angola.

Daphe De Groot, a
consulesa da Holanda
 

Agressão à consulesa
holandesa em Luanda!


O mesmo dia de há 48 anos foi tempo para, na sede do jornal «A Província da Angola», na baixa de Luanda e ao lado da mítica Portugália, tempo para uma agressão a Daphe De Groot, mulher do cônsul da Holanda em Angola.
«Foi brutalmente espancada», referiu o jornal «Diário de Lisboa» desse dia de há 48 anos, em notícia que citamos deste vespertino da capital portuguesa.
O jornal 
«A Província da Angola» era diário matutino e acusado de ser afecto à FNLA de Holden Roberto. O director e proprietário era Rui Correia de Freitas, de quem se dizia que era «um elemento ligado ao ex-regime fascista-colonialista e teve papel de relevo no golpe falhado de 28 de Setembro».
«Ao ser-lhe passado um mandato de captura - referia, ainda, o «Diário de Lisboa» desse dia - refugiou-se na África do Sul, tendo regressado em princípios de Março, mas sob a protecção da FNLA».
Joaquim G. Mendes


Mendes de Aldeia Viçosa,
71 anos em Vila de Rei !


O soldado Joaquim Gaspar Mendes, atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, festeja 71 anos a 17 de Abril de 2023. Hoje mesmo!
Cavaleiro do Norte da guarnição do BCAV. 8423 da vila de Aldeia Viçosa, em plena Estrada do Café, e mais tarde na cidade de Carmona, para a qual rodou com a sua Companhia, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, quando terminou a sua comissão militar em Angola. 
O Mendes é natural do lugar de Souto, da freguesia de Fundada, no concelho de Vila do Rei, do distrito de Castelo Branco (na Beira Baixa), a vida levou-o mais tarde para um bocadinho ao lado, para Estevais - a terra de Vicente José Alves, condutor da CCS. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns! 

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