CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

1 995 - Caçadores dos Açores, jornais e incidentes...

Peixoto, Neto e Viegas no Quitexe (1974). Edição Jornal A Província de Angola que noticiou o 25 de Abril



A 11 de Abril de 1975, Almeida e Brito, o tenente-coronel que comandava os Cavaleiros do Norte, foi ao Negage, onde se aquartelava a CCÇ. 4741/74.
A companhia tinha sido formada em Angra do Heroísmo, nos Açores, no Batalhão Independente de Infantaria, e era a do Peixoto, furriel miliciano que, por razões disciplinares, foi transferido para o Quitexe e ainda nos acompanhou para Carmona. Foi companheiro de quarto, meu e do Neto, na Casa dos Furriéis do Quitexe. 
A CCAÇ. 4741/74 chegou a Angola em Agosto de 1974 e foi instalar-se em Santa Cruz de Macocola (agora chamada Milunga), a nordeste de Carmona. De lá, passou para o Negage e, a 17 de Março de 1975, ficou adida ao BCAV. 8423. 
Almeida e Brito fez-se acompanhar pelos capitães José Diogo Themudo (2º. comandante) e José Paulo Falcão (ofcial-adjunto).
O dia assinalou, em Luanda, a suspensão do jornal “A Província de Angola” publicava-se em Luanda. Não era a primeira vez que tal acontecia e, desta, também foi multado em 100 contos - por ter publicado um artigo em que acusava o MPLA de “ter morto soldados da FNLA com metralhadoras recebidas da União Soviética”. O que, noticiava o Diário de Lisboa desse dia, “não tem qualquer  fundamento”.
As últimas 24 horas da capital angolana não tinham registado  quaisquer incidentes - o que era uma boa notícia. Mas Jorge Valentim, destacado dirigente da UNITA, dava conta que “confrontações recentes, entre a FNLA e o MPLA” resultaram em 200 mortos. Número já aqui falado.
A UNITA, por sua vez e Jorge Valentim o  disse, ia “formar comités de paz e organizar um sindicato nacional”, para, explicou, “suster a violência em Angola” - intenção que observadores políticos de Luanda entendiam como «manobras contra o MPLA».
Assim ia, com estes e outros pequenos e grandes incidentes, o processo de descolonização de Angola, há precisamente 39 anos.

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