CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 28 de fevereiro de 2015

3 045 - Anos do Neto e «mimos» do MPLA e UNITA


Vista aérea do Quitexe, via Google Earth. As setas a vermelho indicam a Estrada do Café, de Luanda a Carmona (neste  sentido). A igreja e missão estão sublinhadas a vermelho, do lado direito. O quartel do BCAV. 8423 era na área destacada a azul. Os edifícios dentro do rectângulo branco eram a secretaria da CCS, a Casa dos Furriéis e Messe de Oficiais (cobertura branca). A amarelo, a messe de sargentos e padaria. A verde, a enfermaria. Em baixo, Viegas e Neto no jardim do Quitexe, em 1974




A 28 de Fevereiro de 1975, uma sexta-feira, o (furriel miliciano) Neto fez 23 anos e o dia foi assinalado, ao final da tarde, com camarão e umas boas cervejolas, bife com batatas e fritas e ovo a cavalo - especialidade de Maria Lázara, a cozinheira do bar e restaurante Pacheco - por isso mesmo, uma cabo-verdiana popularmente conhecida por Maria do Pacheco!
O Pacheco ficava mesmo em frente à casa dos furriéis e secretaria da CCS, era só atravessar a avenida (ou Rua de Baixo) e já lá estávamos. Terá começado o comensal com uma bazucas a regar os camarões e fomos por aí adiante, a aconchegar os estômagos e as almas. Umas cucas, ou umas ekas, umas nocais, ou mesmo umas n´golas - as boas cervejas angolanas!!!... - não devem ter faltado ma mesa.
Maria Lázara era mulher de fartas carnes e mãos de ouro para uns cozinhados de luxo, bem condimentados, a matar-nos fomes e prazeres de boca. Fazia vida marital com Pacheco, mas o que nos importava, dela, eram os fabulosos pitéus com que nos regalavam as mesas do bar-restaurante. Assim se festejaram, os 23 anos do Francisco Neto - que, precisamente um ano depois, levou ao altar da capela do Beco (na Macinhata de Águeda) a sua namorada Ni, sua companheira de sempre.

Ao tempo, o Brasil, na véspera, estabelecera relações diplomáticas com o Governo de Transição e, em Luanda, o MPLA acusava a UNITA de manobras de fomento da greve dos trabalhadores de Porto do Lobito. O movimento de Agostinho Neto chegou a colocar tropas na área envolvente do porto, procurando convencer os trabalhadores - bailundos, na sua maioria, e sobre os quais tinha pouca influência), mas a UNITA, a pedido deles, fez deslocar um seu contingente militar para o cais. O MPLA, por isso, fez retirar os seus homens.
Jorge Valentim, chefe da delegação da UNITA no Lobito, desmentiu o MPLA, negando «estar a sabotar o Governo de Transição». Queixou.se que o MPLA «está a atacar, violenta e injustamente» o seu «movimento. Foi isto há precisamente 40 anos!!!

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