CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 3 de março de 2015

3 048 - Os dias 3 de Março de 1974 e de 1975 na vida do BCAV. 8423

Furriéis José Monteiro e Domingos Peixoto na messe de sargentos de 
Carmona, no Bairro Montanha Pinto. Em baixo, o bar da mesma messe


A 3 de Março de 1975, os Cavaleiros do Norte da CCS já tinham uma noite dormida em Carmona e davam-se por muito satisfeitos com a qualidade das instalações. O ambiente urbano era novo para a  maioria de nós, mas nada que nos atrapalhasse ou constrangisse. Rapidamente nos adaptámos.
A generalidade dos homens da guarnição era originário da província e, ao tempo, por muito que isso hoje isso espante, ver um prédio de três ou quatro andares era... invulgar. Carmona  tinha isso e muito mais. Por exemplo, vida nocturna!!! Poucos Cavaleiros do Norte não se lembrarão do Diamante Negro, dos bons restaurantes e bares e dos cinemas da capital do Uíge. E de um célebre espaço de «mudanças de óleo», numa rua com nome (se bem me lembro) de oficial do exército!
Lá nos adaptámos, há 40 anos!
Um ano antes, um domingo (3 de Março de 1974), era dia de fim de pequenas férias dos militares do BCAV. 8423 que tinham feito a Escola de Recrutas no Destacamento do RC4, no Campo Militar de Santa Margarida.  Os futuros atiradores de cavalaria.
A instrução final, recordemos, tinha decorrido na Mata do Soares, entre os dias 18 e 22 de Fevereiro. E começara a recruta a 8 de Janeiro, depois das formais apresentações da véspera.
Mobilizados para Angola, era expectável da nossa curiosidade o que por lá se passava. O Diário de Lisboa desse dia 3 de Março de 1974 dava conta que o ano (de 1974) era «o pior do século para a actividade agrária do planalto central», na região de Nova Lisboa.
As colheitas eram dadas como «praticamente perdidas, gerando perspectivas de fome». O problema , de resto, segundo o jornal "A Província de Angola», assumia «aspectos mais delicados, pois o planalto central é o principal centro de dispersão de águas de Angola». E os rios, cito, «iam com num caudal mínimo e as nascentes desaparecem».
Novidade, das boas: a Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA) ia investir 740 000 contos em obras da rede estradal. O orçamento, refere o Diário de Lisboa desse dia 3 de Março de 1974, «é o maior de sempre». 
Era para essa Angola que nos preparávamos em Santa Margarida!

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