Porta d´armas dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe, e notícia de fuzilamentos
em Luanda, há precisamente 40 anos (em baixo)
em Luanda, há precisamente 40 anos (em baixo)
Aos 27 dias de Março de 1975, o comandante Almeida e Brito - ao tempo a comandar interinamente a ZMN - visitou a 3ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes e que estava aquartelada no Quitexe. Lá chegara a 10 de Dezembro de 1974, vinda da fazenda Santa Isabel.
Almeida e Brito fez-se acompanhar pelo 2º. comandante, o capitão José Diogo Themudo, chegado uns dias antes, de Luanda - onde aguardava colocação e onde foi convidado para as novas funções, precisamente pelo comandante dos Cavaleiros do Norte.
O mesmo dia foi de notícias desanimadoras, da mesma Luanda: «Angola: ameaça de guerra civil», titulava o Diário de Lisboa, em despacho da capital angolana. Acrescentava que «ontem, Luanda viveu momentos dramáticos». E que «soldados da FNLA fuzilaram, 50 gerrrilheiros do MPLA, nua estrada proxima da capital angolana, quando estes regressavam à cidade, desarmados, vindos de um centro de instrução militar».
«Pioneiros do MPLA foram também massacrados e dois deles enforcados», relatava o DL, precisando que «ao todo, foram mortos 51 jovens» e que «a matança foi feita com requintes de crueldade». Foram, acrescentava o jornal, «fuzilados sumariamente no Centro de Instrução Revolucionário Hoji la Henda, por elementos da FNLA». Tinham sido capturados e mandados subir para um camião, que os levou para um sítio isolado, perto de um vala. «Ali, à medida que iam descendo, eram abatido scom rajadas de metralhadora. A certa altura, os presos, vendo a sorte que os esperava, lançaram-se para debaixo da viatura, numa tentativa desesperada de fuga».
A UNITA declarava-se neutral e o presidente Jonas Savimbi, em Dar-es-Salan, declarava «não acreditar na possibilidade de uma guerra civil em Angola» e interrogava-se sobre «quem a começaria?».
Como ontem aqui foi dito, era para esta Luanda que eu e o Cruz, furrieis milicianos dos Cavaleiros do Norte, nos preprávamos paa patir, em gozo de férias.
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