A baía de Luanda, em foto recente (da net). Furriel Viegas e o seu conterrâneo
Albano Resende (à direita), na ilha (Restinga) de Luanda, em Abril de 1975
Eu e o Cruz estávamos com férias marcadas e, em Luanda, local primeiro da nossa mesada turística, o mais que havia eram problemas: «Mais de 20 mortos entre as forças do MPLA e da FNLA», noticiava a imprensa do dia 25 de Abril de 1975.
«Os incidentes iniciaram-se na madrugada do dia 23, nalgumas zonas dos subúrbios, e afectaram, seriamente a boda da população», sublinhava o Diário de Lisboa desse dia, acrescentando que «há certas áreas interditas à normal circulação de pessoas e viaturas, como é o caso do bairro do Cazenza, onde durante toda as manhã e parte da tarde de ontem se ouviram constantes disparos de armas automáticas». E também rebentamento de granadas.
O bairro do Calemba também tinha sido palco de incidentes entra a FNLA e o MPLA, mas, na chamada «cidade do asfalto», curiosamente, ou talvez não, «a calma não tem sido perturbada».
«A vida decorre serenamente, a calma não tem sido perturbada. A vida decorre serenamente,. embora se note apreensão no rosto das pessoas», dava conta o Diário de Lisboa,
Certamente por isso, nos afoitava o nosso amigo Albano Resende - conterrâneo civil de Luanda -, que me fazia notar que, pela capital angolana, não havia guerra nenhuma. E, na verdade, como viemos a confirmar, a cidade abriu-nos portas e janelas, a noite e o dia, para uns bons pares de dias de grande afoiteza turística.
Quais incidentes, quais quê?
Quanto aos 20 mortos, noticiava o Diário de Lisboa de há 40 anos: «Calcula-se em 18 o número de baixas entre os soldados da FNLA, enquanto não há a registar baixas entre as forças do MPLA». O Diário de Lisboa acrescentava que «alguns civis foram também atingidos pelas balas e duas crianças, morreram devido ao tiroteio».
Assim ia o processo de descolonização, com os Cavaleiros do Norte pelo Uíge, a medirem terreno e a conseguirem manter a segurança e paz mínimas. A que custo!!!
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