Cavaleiros do Norte: Serra Mendes e Domingos Teixeira, o estofador (atrás),
João Monteiro (o Gasolinas), Américo Gaiteiro e Porfírio Malheiro (sentados
e ao meio); José Canhoto (de arma na mão direita e mão esquerda no quico)
e António Pereira, ao lado direito e de pé (mecânico)
João Monteiro (o Gasolinas), Américo Gaiteiro e Porfírio Malheiro (sentados
e ao meio); José Canhoto (de arma na mão direita e mão esquerda no quico)
e António Pereira, ao lado direito e de pé (mecânico)
O Diário de Lisboa de 9 de Agosto de 1975 noticiou, em primeira página, a saída da UNITA de Luanda e a exigência, do MPLA, de expulsão da FNLA do Governo de Transição de Angola |
Os Cavaleiros do Norte, pela primeira vez juntos destes os tempos de formação do Batalhão, no Campo Militar de Santa Margarida, e aquartelados no antigo Batalhão de Intendência de Angola (BIA), ao Grafanil, foram-se adaptando aos novos ambientes e desafios. Há 40 anos!
Colocado o BCAV. 8423 como unidade de reserva, tinha pequenas missões e as principais (quase únicas) no próprio BIA. Os incidentes na cidade, estranhamente, quase nos passavam ao lado. A 9 de Agosto de 1975, todavia, e logo pela manhã, fez-se ouvir «violento tiroteio com armas ligeiras e pesadas (...), à medida que se generalizava uma ofensiva desencadeada pelo MPLA (...) com intenção de desalojar os últimos militares e políticos da FNLA, que se encontravam instalados no luxuoso Bairro do Saneamento, por detrás do Palácio do Governo».
O MPLA considerava que a FNLA já não devia fazer parte do Governo de Angola, que, e cito o Diário de Lisboa, «perdeu o direito de participar no Governo de Transição». No mesmo dia 9 de Agosto de há 40 anos, um sábado, confirmou-se «a retirada total da forças da UNITA» de Luanda. Dirigiram para Lobito e Nova Lisboa.
O MPLA controlava a capital, restando apenas os elementos da FNLA acantonados no Forte de S. Pedro da Barra. A situação no Caxito continuava igual e em Henrique de Carvalho tinham-se confrontado MPLA e UNITA, na antevéspera (5ª.-feira. dia 7). Uma centena de homens do movimento de Jonas Savimbi pediu refúgio no quartel português - tendo as autoridades portuguesas decidido que fossem evacuados para o Luso ou Nova Lisboa.
Em Cabinda «continua(va) a ameaça de confronto entre MPLA e UNITA, uma altura em que a FNLA já abandonou o Enclave». E a UNITA pretendia que os seus 300 homens localizados a sul do território fossem evacuados para o quartel português.
Ferreira de Macedo, general e o Alto Comissário interno, emitiu um, comunicado em que, citando «o momento gravíssimo da vida do país» também «responsabiliza(ou) os movimentos de libertação pelo impasse político a que se chegou e pelo colapso económico que se verifica». Apelou à «necessidade de se sair desse impasse». Sem isso, frisou Ferreira de Macedo, «o Governo Português reserva-se ao direito de tomar as atitudes consideradas convenientes, enquanto esta situação se mantiver».
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