Os furriéis milicianos Viegas, Mosteias (que faleceu hoje se fazem 5 anos) e Neto, na messse sargentos do Bairro Montanha Pinto em Carmona, 1975 |
Os furriéis milicianos Mosteias e Vie- gas na Avenida do Quitexe e em frente à secretaria da CCS |
A morte surpreendeu o saudoso Luís Mosteias há precisamente 4 anos, no dia 5 de Fevereiro de 2013, vítima de doença e após internamento no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago de Cacém.
Furriel miliciano sapador, foi companheiro de muitos momentos de cumplicidade, desde Santa Margarida a Angola, a que emprestava boa disposição e alegria, sempre com irreverência e de forma discreta mas exuberantemente partilhada. Era uma espécie de «alma gémea», para os bons e os menos bons momentos, como o do dia do nascimento do filho e ele pelo Quitexe (21 de Setembro de 1974) ou os dramáticos primeiros dias de Junho de 1975, em Carmona.
Mosteias e o filho mais velho, Luís João, nascido a 21/09/1974, quando ele estava em Angola |
Luís João Ramalho Mosteias tinha 61 anos de deixou três filhos, noras e netos. Oriundo de Cabeção, em Mora, fez vida pelo Montijo (terra de afeição) e Lisboa (onde casou), Amadora (onde viveu) e Vila Nova da Santo André - trabalhando em Sines.
Furriel miliciano sapador teve «presença» nos Cavaleiros do Norte que foi transversal à CCS do BCAV. 8423: estava em todo o lado, com toda a gente, quando e onde fosse preciso, sem nunca regatear cumplicidade, sempre solidário. Sem nunca deixar de dar mãos e alma a quem fosse menos forte ou estivesse mais frágil.
Hoje, quatro anos depois da sua morte, aqui o lembramos com saudade e fazendo memória de um dos nossos melhores. Até um destes, amigo Mosteias.
A chegada de Agostinho Neto a Luanda (foto do jornal A Província de Angola, de 05/02/1975) |
e Agostinho Neto em Luanda
O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se ao Songo no dia 5 de Fevereiro de 1975 e lá, no quartel do BCAÇ. 5015, participou na reunião de comandos do Comando do Sector do Uíge (CSU).
A reunião, por sinal, viria última entre comandantes das unidades do CSU e, nesse dia, a escolta foi assegurada por um grupo do PELREC - que eu próprio integrava, com o alferes António Garcia, que, julgo bem, lá participou na reunião de delegados do MFA.
Agostinho Neto chegara na véspera a Luanda e, segundo o Diário de Lisboa,«uma multidão de mais de 300 000 pessoas o vitoriou». Foi da varanda do aeroporto e depois de se encontrar com a mãe e familiares que o presidente do MPLA afirmou que «temos de fazer que o nosso povo se sinta realmente dono do nosso país». Acrescentou Agostinho Neto: «Que seja livre. Que a unidade e a democracia não sejam palavras que nós só pronunciamos, que só estejam presentes diante do microfone, mas que sejam os ideais que nós, na realidade, defendemos».
«Hoje, dia 4 de Fevereiro, estamos a comemorar o início da luta armada para a libertação do nosso país. Esta luta vinha precedida de várias outras lutas, tanto no plano legal como no plano clandestino, por aquela que culminou com a acção do nosso povo vitorioso pela sua independência», afirmou o presidente Agostinho Neto.
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