CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

3 681 - Calma no Quitexe uíjano à espera de rodar para o BC12

Patrulha-auto nas matas do Uíge, em 1974. Aqui, um grupo de combate da
CCAÇ. 209, a da Fazenda do Liberato, principalmente formada por naturais
 ou residente angolanos, mas com quadros europeus. Foto Nogueira da Costa

Soares, Branco e Delgado (que faleceu a
 22/02/2010), três Cavaleiros do Norte
da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa
A sexta-feira de 21 de Fevereiro de 1975 foi tempo de, pelo Quitexe e através da Emissora Oficial de Angola, se ouvir um apelo da FNLA e da UNITA ao Grupo de Daniel Chipenda«con-
vidando-o a abandonar a sua existência como grupo armado, o que poderá levar a uma lutar fratricida». Para, resumidamente, «se integrar num dos movimentos de libertação».
O mesmo comunicado exigia «a imediata demis-
são do Governador de Moçâmedes», acusando-o de «deliberado parcialismo em favor do MPLA, em detrimento dos outros movimentos» - não por acaso, justamente a FNLA e a UNITA -, para além de «incapacidade manifestada em manter a tranquilidade e a paz na área do distrito».
Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423 a de
 Zalala: José Nascimento e Manuel Dias (fale-
cido  20/10/2011, em Lisboa e de doença)
 

Calma no Uíge, à 
espera do BC12

O Uíge, com capital em Carmona, continuava calmo e com os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 expectantes quanto ao seu futuro próximo - sabendo já que iriam rodar para a capital provincial e para o quartel do então pré-extinto Batalhão de Caçadores 12 (o BC12). Quando iriam para a cidade?, era a grande questão.
Agostinho Neto, presidente do MPLA e em declarações ao Diário de Luanda, comentou a sua visita a Brazzaville, nomeadamente afirmando que «os Chefes de Estado africanos, de uma maneira geral, estão preocupados com a situação em Angola». E isto porque, sublinhou Agostinho Neto, «não se vê muito nem como Angola irá passar da fase da transição para a independência e como será resolvido o problema de Cabinda».
Agostinho Neto (MPLA)

Terras do café
do sul d´Angola

Agostinho Neto avistara-se com o presidente Marien N´Gouabi e, ao Diário de Luanda, comentou também as suas preocupações quando ao «problema das terras», nomeadamente sublinhando que se tornava «imperiosa a imediata distribuição de terras, sobretudo nas zona de cultura de café do sul de Angola». Pelas bandas de Gabela, eram proprietários de fazendas quatro conterrâneos do autor deste blogue: Mário Neves, Rafael Polido/Cecília Neves e Clemente Pinheiro (familiares) e Anacleto Cunha Melo (conterrâneo). Não ficaram sem as suas fazendas por essa altura, mas tiveram de as abandonar por volta de Julho/Agosto de 1975, quando a guerra fratricida dos movimentos por lá semeou sangue e lutos. E tiveram de fugir!
Abílio Delgado, 1º. ca-
bo atirador, em 1975

A morte do 1º. cabo
Abílio Delgado

O 1º. cabo Delgado faleceu há 7 anos, que se evocam amanhã, dia 22 de Fevereiro de 2017.
Abílio da Fonseca Delgado era do Casal da Charneca, freguesia de Évora, concelho de Alcobaça, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola - onde serviu como atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa.
Casou, teve três filhas (a mais nova actualmente com 32 anos) e por lá fez vida como empresário, gerindo uma exploração de coelhos. Uma embolia cerebral fê-lo perder a vida, aos 58 anos - a 22 de Fevereiro de 2010. Hoje, véspera dos 7 anos do seu passamento, aqui o evocamos cm saudade. RIP!!! 

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