Cavaleiros do Norte da CCS na caserna do PELREC, no Quitexe. Atrás, Florêncio, Messejana, Marcos (de cigarro na boca), 1º. cabos Cordeiro e Soares. NN, 1º. cabo Vicente (tronco nu, falecido a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede), NN, Francisco (cigarro na boca e cerveja na mão) e 1º. cabo Al- meida (cigarro na boca, f. a 28/02/2009, de doença e em Penamacor). À frente, 1º. cabos Almeida (cozinhei- ro) e Silvestre, NN, Madaleno, furriel Neto e Aurélio (o Barbeiro, que amanhã faz 65 anos em Ferreira do Zêzere)
O dia 22 de Fevereiro de 1974 pelos lados do Destacamento do RC4, em Santa Margarida, foi o último dos exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423 - os futuros Cavaleiros do Norte do Uíge angolano.
A recruta começara informalmente a 7 de Janeiro desse ano, dia dos «primeiros contactos entre oficiais, sargentos e praças».
«Poderá dizer-se que a apresentação foi informal, tendo propriamente começado os contactos formais às 9 horas de 8 de Janeiro, numa reunião de trabalho em que estiveram presentes os quadros do BCAV., tendo esta sido precedida de uma palestra a todo o pessoal, na qual foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV., durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA», lê-se no Livro da Unidade.
Os exercícios finais tinham começado no dia 18 anterior e decorreram na chamada Mata do Soares, na área envolvente do Campo Militar de Santa Margarida. O BCAV. 8423 «completou deste modo a primeira arte da sua instrução, a chamada instrução especial», refere o Livro da Unidade, acrescentando que «após um ligeiro interregno», que correspondeu a uns dias de férias, «começaram os especialistas a apresentar-se» a partir de 4 de Março desse ano de 1974.
Facção de Chipenda
integra-se na FNLA
Um ano depois e ao 9º. mês da nossa jornada africana de Angola, a grande novidade chegava de Kinshasa, onde Daniel Chipenda anunciou que os seus homens - os da Revolta do Leste, dissidente do MPLA - iam «fundir-se com as forças da FNLA». E acrescentou que «a partir desta data, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do estado maior general da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades».
Chipenda tinha sido oficialmente expulso do MPLA e comandava na ordem dos 3000 homens armados. A partir desta data, reportava o Diário de Lisboa, «passa a ser representante do movimento de Holden Roberto no governo de Transição». Representante, pois, da FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado e anunciou a rendição, na Frente Leste, de vários comandantes de Daniel Chipenda, nomeadamente Luhelo, Karchukutchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que «até esta data se encontravam integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda».
«Renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», acrescentava o comunicado do Estado maior das FAPLA, o braço armado do MPLA, frisando ainda que «estas rendições seguem-se às dos comandantes Mafuta, Cow-boy, Pela Virianga e Bala Direita que, com as suas tropas, se tinham rendido às FAPLA em Janeiro».
Aurélio Júnior, o Barbeiro,
65 anos em Pias do Zêzere
O Barbeiro da CCS está amanhã em festa dos 65 anos, que comemora em Pias, no concelho de Ferreira do Zêzere.
Aurélio da Conceição Godinho Júnior - em fotos de 1974/75 e 2015 (em baixo) - foi atirador de Cavalaria do PELREC, mas, no Quitexe e depois em Carmona, «acumulava» com as funções de barbeiro. Daí, ser popularizado como... Barbeiro. Ainda hoje.
Regressou à sua Pias natal, ao lugar do Telheiro, a 8 de Setembro de 1975, e ali casou, foi pai, enviuvou e voltou a casar, governando a vida como pequeno empresário do sector dos electrodomésticos, electricidade e energias alternativas, entre outras actividades que o tornaram gente maior entre as suas gentes ferreirenses.
É um grande entusiasta dos encontros da CCS (co-organizou o de 2010) e amanhã, dia 23 de Fevereiro de 2017, assoprará as velas da bonita idade de 65 anos. Parabéns para ele!
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