CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

3 665 - Fim dos patrulhamentos a Úcua, o acidente do furriel Ferreira

Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: muitos deles fizeram patrulhamentos
 ao Úcua. Assinalados, reconhecem-se os furriéis milicianos Martins (a vermelho)
 e Mourato (amarelo). Quem identifica os outros companheiros da 2ª. CCAV. 8423?



Furriéis milicianos José Monteiro e João Peixoto, que
hoje faz 65 anos. na messe de sargentos do Bairro
 Montanha Pinto, em Carmona (1975) 
As escoltas dos Cavaleiros do Norte a Úcua terminaram a 7 de Fevereiro de 1975. Durante muito tempo, foram asseguradas pela 2ª. CCAV. 8423 e, mais tarde, também pela 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala mas já em Vista Alegre e Ponte do Dange. Eram feitas ao longo da Estrada do Café e, segundo o Livro da Unidade, «um serviço assaz desgastante, para o pessoal e viaturas e que não conduzia a qualquer finalidade prática». 
O furriel Freitas Ferreira
Terá sido num desses patrulhamentos que, a 1 de Julho de 1974, o furriel miliciano atirador de Cavalaria José Maria Freitas Ferreira, da 2ª. CCAV. 8423, sofreu um acidente, um despiste de Unimog na curva do Quibaxe em que se cortava para a Fazenda Maria Fernanda, que acabaria por levar à sua reclassificação como escriturário. E, nessa condição, colocado em Luanda, deixando Aldeia Viçosa.
«O Unimog despistou-se, atravessou a estrada e caiu numa ravina bem alta e eu e o condutor rebolámos até ao fundo», recorda-se Freitas Ferreira, que, por causa do acidente, ficou com uma perna e clavícula partidas e teve de ser evacuado para Luanda, onde foi internado no Hospital Militar.
O condutor, de quem não se lembra do nome, também ficou ferido, mas com menor gravidade, felizmente. Eram ambos da 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e aquartelada em Aldeia Viçosa.


O 1º. cabo Quaresma
A morte do 1º. cabo
Quaresma da Silva


O 1º. cabo Quaresma, apontador de morteiros dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, faleceu a 6 de Fevereiro de 2004, em Cacia, vila e freguesia do concelho de Aveiro, terra da sua naturalidade e residência. Foi vítima de uma grave e letal doença no estômago.
O Quaresma do princípio
do século XXI
Manuel Quaresma da Silva foi Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à sua residência da Rua 1º. de Dezembro, na vila de Cacia, e ali viveu até à sua morte - há precisamente 13 anos. 
Foi vítima de um inimigo invisível e letal: um cancro no estômago. Resistiu à guerra e dela voltou são e salvo, mas foi impotente para resistir à doença que lhe roubou a vida.
A Fazenda Santa Isabel, Lucunda, Quitexe e Carmona foram terras da sua jornada africana do Uíge angolano. «Recordo-me dele como pessoa discreta, amigo do seu amigo e cumpridor das tarefas de que era incumbido», assim o evocava o 1º. cabo Manuel Deus, que com ele acamaradou na 3ª. CCAV. 8423.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!


Furriel João Peixoto

Peixoto de Braga
e Pires de Gouveia

O dia 7 de Fevereiro de 2017 é data de 65 anos de dois Cavaleiros do Norte: o furriel miliciano João Peixoto e o 1º. cabo Albino Pires.
João Domingos Faria Taveira de Peixoto foi furriel miliciano atirador «deslocado» na CCS do Quitexe. Era da CCAÇ. 4741/74, a de Sanza Pombo, onde esteve com o Mota Viana - que tinha ido de Zalala. Depois do Quitexe e de Carmona e dos Cavaleiros do Norte, ainda foi parar a Cabinda, para a um Batalhão de Artilharia, aquartelado em Landana.
Regressou a Braga e lá vive, casado, pai e avô, agora aposentado da função pública. Foi professor em toda a vida profissional.
Albino Jorge de Oliveira Pires foi 1º. cabo de sapadores e dele apenas sabemos que era natural de Folgosinho, no concelho de Gouveia, aonde regressou no dia 8 de Setembro de 1975.

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