Os dias uíjanos dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 iam-se desarriscando do calendário e a tarde de 16 de Fevereiro de 1975, há 45 anos, foi tempo de, de ouvidos colados aos transistores de pilhas, ouvirmos o relato do FC do Porto-Benfica - que os encarnados venceram (3-0), com golos de Victor Martins,
Moínhos e Toni.
A rua lateral do quartel (à esquerda, onde estão os pavilhões escolares), vista do lado da Igreja |
A mudança era do «agrado geral» para os militares e, na prática, mais um passo no caminho do regresso aos seus chãos natais, mas, para os Cavaleiros do Norte levedava-se a responsabilidade operacional «numa zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas» - a FNLA, o mais influente na nossa ZA, o MPLA e a para nós quase desconhecida UNITA.
Mal imaginávamos o que iria acontecer nos trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975, já Carmona - para onde rodámos a 2 de Março. E nos antes e depois esses dias de duros e sangrentos combates dentro da cidade.
As operações militares pelas matas uíjanas, os suores de medos e os arrepios sentidos nos trilhos e picadas, as patrulhas e escoltas, eram um pequenino «nada» ao pé, que se comparasse nos dramáticos primeiros dias de Junho, na capital da província.
João Lino, Cavaleiro do Norte de Santa Isabel |
Lino de Santa Isabel, a morte,
atropelado, 3 meses depois do casamento
O dia 16 de Fevereiro de 1975 foi também o dos 23 anos de João Lino Oliveira da Silva, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423 - a da Fazenda Santa Isabel.
O Lino, cumprida a nossa jornada africana do Uíge angolano, regressou a Torre do Bispo, em S. Vicente de Paul (Santarém), a 11 de Setembro de 1975. E por lá fez vida, como trabalhador de uma empresa de PVC, em Vila Chão de Ourique, perto do Cartaxo. Compunha o rendimento familiar numa oficina de reparação de motorizadas e ainda «acudia» a outros pequenos oficiais desta área. Tragicamente, a 14 de Março de 1983 - três meses após o seu casamento... -, foi atropelado por um camião, quando seguia de motorizada, em S. Pedro (Portela das Padeiras), no cruzamento de Santarém para Rio Maior. O camião passou-lhe por cima e teve morte imediata.
O Lino, cumprida a nossa jornada africana do Uíge angolano, regressou a Torre do Bispo, em S. Vicente de Paul (Santarém), a 11 de Setembro de 1975. E por lá fez vida, como trabalhador de uma empresa de PVC, em Vila Chão de Ourique, perto do Cartaxo. Compunha o rendimento familiar numa oficina de reparação de motorizadas e ainda «acudia» a outros pequenos oficiais desta área. Tragicamente, a 14 de Março de 1983 - três meses após o seu casamento... -, foi atropelado por um camião, quando seguia de motorizada, em S. Pedro (Portela das Padeiras), no cruzamento de Santarém para Rio Maior. O camião passou-lhe por cima e teve morte imediata.
«Era um bom homem, um amigo!...», recordou-nos o sobrinho Pedro Silva, que ao tempo tinha 11 anos e dele tem «muito boas recordações».
Aqui o lembramos hoje, quando faria 68 anos, evocando o Cavaleiro do Norte sempre humilde, gentil e disponível, que honrou a farda e a Bandeira Portuguesa que nos levaram ao país (Angola) que nascia e onde orgulhosamente cumprimos um dever de honra! Com garbo e sem mácula! Até um destes dias, João Lino! RIP!
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