CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

4 973 - A quase obsessiva expectativa de sair do Quitexe para Carmona

O Bar do Rocha, na entrada do Quitexe, em plena Estrada do Café, que liga Luanda a Carmona, actual
 cidade do Uíge. A casa da direita, a verde, é a do antigo e emblemático Bar do Rocha, de tantas
recordações dos Cavaleiros do Norte. É agora uma das três farmácias da vila uíjana
O furriel Viegas, ladeado pelos 1ºs. cabos António Pais, à
 esquerda, e Emanuel Santos, no bar do Rocha, a ma-

riscar e a cervejar. Bons tempos, os de 1974/1975!


Os dias deste tempo de Fevereiro de 1975, há 45 anos, iam passando, e nós a riscá-los do calendário, expectando-se o que seria a nossa vida na cidade. Para onde acabaríamos por ir a 2 de Março seguinte. Embora, por esta data desse ano, ainda tal não se soubesse.
Não era despiciendo, mesmo nada desdenhável,  tal ponderar por parte dos expectantes Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. A maioria de nós era gente rural, sem hábitos urbanos, como seria viver numa cidade? E naqueles circunstâncias tão particulares? Não seria nada de especial, como se veio a ver.
Era assim, nesta quase obsessiva expectativa que, por estes dias de há 45 anos, já muitos de nós acomodávamos as malas e, nas fugidas à cidade,  procurávamos conhecer o BC12. Por lá já passarinháramos antes, em desenfianços mais ou menos «legais», procurando os prazeres do corpo e da alma. Ir para a cidade, seria bom! E era mais um passo na viagem do regresso a Portugal e às nossas casas.
Pelo Quitexe, como se vê na imagem, passavam-se bons dias, abancando ora no Pacheco, ora no Topete, ora no Rocha. Vida boa, sem preocupações operacionais e riscando dias do calendário. 

Os presidente Holden
Roberto, Agostinho Neto
e Jonas Savimbi

Revoltas Activa e do Leste,
as dissidências do MPLA !

A FNLA e a UNITA, por este altura e em Luanda, asssaz curiosamente, lançaram um apelo à Facção Chipenda, da Revolta do Leste, no sentido de «abandonar a sua existência como grupo armado, para se integrar num dos três movimentos». O outro era o MPLA, de que Daniel Chipenda era dissidente. 
O MPLA, recordemos, chegou a estar dividido em três facções praticamente autónomas:  a Revolta Activa, liderada por Mário de Andrade, e a Revolta do Leste, liderada por Daniel Chipenda, ambas opostas a Agostinho Neto, que na prática ara p líder  a Ala Presidencial, fiel a Agostinho Neto. Dupla cisão foi superada em 1974, por uma conferência de unificação realizada na Zâmbia, mas levou à expulsão ou saída espontânea de uma série de elementos, e deixou profundas marcas. Como as que Chipenda expunha há 45 anos.
Na mesma data, os mesmos FNLA e UNITA, em comunicado conjunto, exigiam a demissão do governador de Moçâmedes, acusando-o de «demasiado parcialismo, a favor do MPLA, em detrimento dos outros movimentos de libertação», para além de «incapacidade manifestada para manter a ordem a paz na área do distrito».
Abílio Delgado

Delgado de Aldeia Viçosa,
faleceu há 10 anos !

O 1º. cabo Delgado, 1º. cabo atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, faleceu há 10 anos, vítima de doença.
Abílio da Fonseca Delgado, de seu nome completo, foi bravo Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e à sua casa natal do Casal da Charneca, lugar da freguesia de Évora, no concelho de Alcobaça.
Foi empresário do sector da cunicultura e, pai de três filhas, ali faleceu, vítima de uma fatal embolia cerebral e a 22 de Fevereiro de 2010. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

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