CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 23 de fevereiro de 2020

4 975 - Atiradores de férias e apontadores de morteiros no RC4!

A Administração Concelhia (Câmara Municipal) do Quitexe, um edifício do tempo colonial que se encontra
muito bem conservado. No jardim da vila e em imagem de 24 de Setembro de 2019 
Alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto Rodrigues
 e José Alberto Almeida na messe de oficias do Quitexe

A 23 de Fevereiro de 1974, um sábado para domingo de há 46 anos, apresentaram-se no RC4 vários militares para as várias companhias operacionais dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. 
Os atiradores de Cavalaria tinham ido de férias, tinham acabado a escola de recrutas no Destacamento do Regimento de Cavalaria nº. 4 (RC4) e pela Mata do Soares fora, e começavam a chegar outros mobilizados para as terras africanas de Angola - os especialistas.  
Os que há 46 anos se apresentaram, todos já depois das 11 horas da noite, rodavam do Regimento de Infantaria 11 (RI 11), de Setúbal, por «terem sido nomeados para servir o ultramar, com destino ao BCAV. 8423».
Os capitães José Paulo Fernandes e
José  Manuel Cruz com o comandante
 Bundula, da FNLA

Apontadores de morteiros
para 3 Companhias

No caso, eram todos apontadores de morteiros e para as seguintes companhias operacionais:
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias: Manuel de Almeida Novo (1º. cabo, que era natural de Calde, em Viseu), José António Tavares de Sousa (de Pedras Novas, em Leça da Palmeira, Matosinhos) e Manuel Joaquim Vilaça da Silva (da Barroca, em Ouriz, Vila Nova de Famalicão).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz: Adelino Augusto Ferreira do Couto (de Lousada, em Vila Nova de Famalicão) e António Manuel Magalhães Macedo (de Cimo de Vila, em Penafiel).
- 3ª. CCAV. 8423, a  de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes: José Agostinho da Silva Ferreira (1º. cabo, de Vila Chã, freguesia de Santo Estevão de Briteiros,  em Guimarães), Fernando da Silva Oliveira (de Sub-Estrada, em Nespereira, também Guimarães) e António Moreira de Carvalho (de Teixogueira, freguesia de Milagres, em Leiria).
O monumento que evoca os mortos de Odivelas
 na guerra colonial. Entre eles, sublinhado, o Cava-
leiro do Norte Joaquim Manuel Duarte Henri-
ques, da 1ª. CCAV. 8432, a de Zalala 

Morte de Henriques,
Cavaleiro de Zalala

A véspera registara a apresentação, às 19 horas, do soldado Joaquim Manuel Duarte Henriques «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e viria a falecer em Angola, vítima de doença, a 21 de Setembro de 1974.
Doente em Zalala, foi então evacuado para a enfermaria do Quitexe e terá passado pelo Negage, antes de ser evacuado para o Hospital Militar de Luanda - onde faleceu. 
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas e o seu nome está em memória no monumento. Era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!!
Notícia do Diário de Lisboa de 24/02/1975

Mais mortos
em Angola

Um ano depois, o 23 de Fevereiro de 1975 também foi um  domingo e dia de, ao fim da tarde, «novos incidentes em N´Dalatando (antiga Salazar)». Não tão longe, assim, do «nosso» Quitexe.
«Elementos do MPLA cercaram a Delegação da FNLA, gritando slogans como «Abaixo a FNLA imperialista!» e disparando contra os membros da FNLA», relatava o Diário de Lisboa de 24 de Fevereiro, registando «a morte de dois civis, um negro e um branco, e dois feridos».
Nova Lisboa também foi palco de novos combates entre elementos da Facção Chipenda e o MPLA, com um morto. O MPLA e a FNLA, em comunicados separados, condenaram os incidentes e as Forças Armadas Portuguesas anunciaram «medidas firmes para evitar a repetição dos incidentes».


Sem comentários:

Enviar um comentário