Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, todos milicianos: capitão José Paulo Fernandes e os alferes Pedrosa de Oliveira, Carlos Silva, Mário Simões e Honório Campos (médico) |
Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, da Fazenda Santa Isabel: Alcides Ricardo, António Fernandes, Agostinho Belo e António Flora |
A subunidades tinha sido a última a partir de Lisboa, a 5 de Junho de 1974, chegando à Fazenda Santa Isabel seis dias depois (a 11) e no regresso houve atraso horário na partida de Luanda.
Comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes, foi também a última Companhia portuguesa a aquartelar-se na saudosa vila do Quitexe, de onde definitivamente e saiu a 8 de Julho de 1975. A rotação começara no dia 1, quando, para Carmona, rodou um grupo de combate.
A capital do Uíge foi espaço dos seus últimos tempos angolanos, de lá saindo a 4 de Agosto de 1975, na epopeica coluna militar que, de acordo dom o livro «História da Unidade», «juntou cerca de 700 viaturas com milhares de desalojados que procuravam o refúgio protector nas NT - os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Notícia do Diário de Lisboa de há 42 anos |
Notícias de Carmona,
a praça forte da FNLA
O dia 11 coincidiu com notícias de Carmona, de onde os Cavaleiros do Norte tinha saído no referido 4 de Agosto.
O Uíge e o Zaire, províncias nortenhas de Angola, continuavam a ser as praças fortes da FNLA de Holden Roberto (entretanto obrigada a sair do Caxito) e o MPLA de Agostinho Neto estava a 100 quilómetros da cidade deCarmona.
«O MPLA definiu dois objectivos prioritários: expulsar o seu adversário de Ambriz (a ocidente) e Carmona (a leste). A relativa facilidade com que tomou Caxito - foi coisa de poucas horas - avivou o optimismo do MPLA», noticiava do Diário de Lisboa desse 12 de Setembro de 1975.
O MPLA, nessa altura e como já aqui recordámos, ocupava 12 das 16 províncias de Angola - incluindo Luanda. A UNITA controlava a área de Nova Lisboa (Huambo) e Silva Porto. A FNLA «dominava sobretudo o extremo norte do país», as províncias do Zaire e Uíge.
Outra frente de combate do MPLA (para além do avanço sobre Carmona e Ambriz) era Nova Lisboa, de onde pretendia «desalojar a UNITA», a partir de Sá da Bandeira. Dois dias antes, quarta-feira, já tomara Caconda - a meio caminho entre as duas cidades.
O furriel miliciano Francisco Bento e o sapador Albino Dias, no encontro da CCS de 2019 |
Albino Dias no Quitexe em 1974 |
Sapador Albino Dias,
68 anos em O. Azeméis
O soldado sapador Albino Marques Dias festeja 68 anos a 12 de Setembro de 2020.
Cavaleiro do Norte da CCS, integrou o pelotão do alferes miliciano Jaime Ribeiro e é natural de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. Sofria de ataques epilépticos e foi evacuado do Quitexe em Fevereiro de 1975, para o Hospital do Negage e a caminho do Hospital Militar de Luanda. Regressou a Portugal a 26 de Fevereiro de 1975 e vive na sua terra natal, já aposentado há 7 anos e depois de ter sido funcionário da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis.
Participou no encontro da CCS em 2019, o seu primeiro. «Nunca pensei ver esta malta toda, tantos anos depois... já são mais de 40», comentou ele, citando o 1º. cabo Miguel Teixeira, escriturário que com ele «andou» pela messe de oficiais do Quitexe. «Conheceu-me logo, até sabia o meu nome...».
Trabalhou na Câmara de Oliveira de Azeméis e, agora já aposentado, mora na mesma freguesia de Loureiro, para onde vai o nosso abraço de parabéns!.
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