O 1º. cabo Emanuel Miranda, da CCS e na parada do BC12, em Carmona, com um grupo de jovens refugiados que foram acolhidos pelo BCAV. 8423 |
Notícia do Diário de Lisboa de 3 de Junho de 1975. Há 47 anos! |
A 3 de Junho de 1975, o «Diário de Lisboa» continuava a reportar os combates de Carmona, iniciados na madrugada de dois dias antes, e dava conta de «certa melhoria geral da situação política e militar em Angola, devido ao êxito das diligências conjuntas para o restabelecimento a ordem em Carmona, teatro de acontecimentos sangrentos nos últimos dias».
Sangrentos foram, na verdade!
O jornal vespertino da capital portuguesa referia também que «as duas equipas militares integradas enviadas anteontem para Carmona e que não puderam por termo às confrontações entre tropas do MPLA e da FNLA, recorreram ao apoio político de altos representantes dos três movimentos e do Exército Português, que parece ter tido êxito na sua missão».
Sangrentos foram, na verdade!
O jornal vespertino da capital portuguesa referia também que «as duas equipas militares integradas enviadas anteontem para Carmona e que não puderam por termo às confrontações entre tropas do MPLA e da FNLA, recorreram ao apoio político de altos representantes dos três movimentos e do Exército Português, que parece ter tido êxito na sua missão».
A reportagem parece-me ferida de falta de rigor.
Parece-me, não.
Tenho a certeza.
O livro «História da Unidade» não faz qualquer referência à presença de equipas militares integradas, nem delas a memória se faz ou se aviva estes 47 anos depois.
Ninguém se lembra de lá terem estado quaisquer tropas operacionais nos dois primeiros dias - os mais dramáticos. Nem depois. Só depois, e em data imprecisa, apareceram alguns oficiais do MFA/Angola, se a memória não nos falha, com retóricas intervenções que não colheram simpatia do comandante Carlos Almeida e Brito e muito menos da guarnição.
Julgavam-se os «senhores da guerra» mas não faziam ideia mínima do que se passava em Carmona. Sabiam os Cavaleiros do Norte, por experiência própria, capitalizada nos sofreres do corpo e nas dores da alma.
«Mais uma vez as NT procuraram minimizar o conflito, procurando seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», sublinha o memorial escrito da jornada angolana dos Cavaleiro do Norte.
«Mais uma vez as NT procuraram minimizar o conflito, procurando seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», sublinha o memorial escrito da jornada angolana dos Cavaleiro do Norte.
Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, todos milicianos: alferes Carvalho, capitão Cruz e alferes Cruz (da CCS) e Periquito. Em baixo, o alferes Jorge Capela |
As partidas da 2ª. CCAV.
e da 3ª. CCAV. 8423 !
A 2ª. CCAV. 8423 viajou para Angola na noite de 3 para 4 de Junho de 1974. Há precisamente 48 anos!
Os Cavaleiros do Norte do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz iam destinados a Aldeia Viçosa, com os alferes milicianos João Francisco Pereira Machado (de Operações Especiais, os Rangers), João Carlos Periquito, Domingos Carvalho de Sousa e Jorge Manuel Capela.
Os Cavaleiros do Norte do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz iam destinados a Aldeia Viçosa, com os alferes milicianos João Francisco Pereira Machado (de Operações Especiais, os Rangers), João Carlos Periquito, Domingos Carvalho de Sousa e Jorge Manuel Capela.
O 1º. sargento da Companhia era o já falecido Fernando Mendes Pereira Norte e os furriéis milicianos eram António Carlos Dias Letras (de Operações
Especiais, os Rangers), Abel Mourato (de
alimentação e que há dois anos, a 3 de Junho de 2020, foi a enterrar em Vila Viçosa, vítima de doença), António Rebelo (de transmissões), Amorim Martins (mecânico-auto), António Chitas (de armamento pesado) e os atiradores de Cavalaria António Cruz, Freitas Ferreira, Mário Matos, João Brejo, José Fernando Melo, Rafael Ramalho, José Manuel Costa, José Gomes e António Artur Guedes. Praças, entre 1ºs. cabos e soldados de diversas especialidades, foram 95 os Cavaleiros do Norte que há 48 anos partiram para Angola e jornadearam nesta 2ª. CCAV. do BCAV. 8423!
Primeiro por Aldeia Viçosa e depois por Carmona - agora cidade do Uíge e capital da província deste mesmo nome -, antes da rodagem para o Campo Militar do Grafanil (nos arredores de Luanda e a 4 de Agosto) e até ao regresso a Lisboa, a 10 de Setembro de 1975.
Na véspera, a 2 de Setembro de 1974 e a Luanda, chegara a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias - que também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, pelo Songo e por Carmona, depois pelo Grafanil e até à viagem para Lisboa, a 9 de Setembro de 1975.
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