CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 16 de junho de 2022

5 835 - Acção psicológica no Quitexe, tiros sobre as NT em Carmona e o termo dos massacres e mortes!

Cavaleiros do Norte no Quitexe: Madaleno, Moreira (Penafiel), furriéis Rocha e Cândido Pires, Soares (de cabo dia), NN, Oliveira, NN, Estrela e NN (alferes Ribeiro?). De cócoras, NN, Tomás. NN, Pais, furriel Cruz, Silva, Cabrita, Vicente, NN, NN e Hipólito. Sentados: Costa, Wilson (?), Buraquinho, NN e NN. Quem ajuda a identificar os NN?

Os furriéis milicianos Viegas e Rocha na
primeira fotografia do Quitexe (06/1974)

O comandante Almeida e Brito reuniu-se, a 17 de Junho de 1974, com as autoridades e comerciantes da vila, no Clube do Quitexe, no âmbito das «iniciativas de actividade psicológica, com vista a preparar e metalizar as populações para o programa do MFA».
O 25 de Abril tinha sido menos de dois meses antes e, muito naturalmente, levedavam dúvidas no espírito dos colonos brancos. O dia foi também o do primeiro serviço do furriel Viegas (foto) como sargento dia - depois de, a 14 anterior, o BCAV. ter assumido «a sua verdadeira vida operacional na RMA».
Um ano depois, a 17 de Junho de 1975, titulava o «Diário de Lisboa» que «as coisas estão a correr bem na Cimeira do Quénia», na qual os três movimentos rapidamente chegaram a acordo sobre a a agenda de trabalhos.
«As coisas estão a correr muito bem, muito melhor que o se esperava», relatava o enviado especial da United Press.
Clube do Quitexe, onde, há 41 anos,
se realizou uma reunião da Comissão
Local de Contra-Subversão

O futuro Exército
Nacional de Angola!

O livro «História da Unidade» dá igualmente conta que «conseguiram-se os primeiros elementos para os Estado8 Maiores Unificados, quer do Comando Territorial de Carmona quer do BCAV. 8423, esperando-se encontrar em tais elementos uma colaboração que permita levar a bom termo o processo em curso».
Os Cavaleiros do Norte patrulhavam a cidade, noite e dia, nomeadamente os lugares mais frequentados - pela comunidade civil e pela tropa. A ordem era evitar
que os militares reagissem às muitas provocações da população, nomeadamente a europeia - que não se coibia de nos baptizar de cobardes e traidores.
Numa das vezes, em patrulha numa rua transversal à do Comércio, um grupo do PELREC quase foi atingido por tiros disparados de um terceiro ou quarto andar. Foram momentos muito difíceis.
A cidade estava sem abastecimentos e a tropa era servida por aviões militares. O mesmo acontecia com as evacuações. Os homens do MPLA, no Caxito, impediam a sua passagem para o Norte (para Carmona), pois, e cito do «Diário de Lisboa» desse dia «pensam ser possível que as colunas(de reabastecimentos) sirvam de algum modo para reabastecer forças da FNLA»: Que, como sabemos, «reinava» no Uíge.
O dia foi também tempo do 16º. voo da Fora Aérea, com desalojados de Luanda para Lisboa. Já iam em 4000! Dois dias antes, o navio «Príncipe Perfeito» atracou em Lisboa com «cerca de 1000 colonos de Angola (...), fugidos dos incidentes verificados». A maioria eram mulheres e crianças.
Os presidentes Agostinho Neto (MPLA),
Holden Roberto (FNLA) e Jonas
Savimbi (UNITA)

O termo dos massacres, 
mortes e divergências» !

O presidente Agostinho Neto (MPLA) «fez eco do apelo de Kenyatta Kaunda, visando a união das forças armadas e a dar melhor forma ao Governo».
Holden Roberto (FNLA), numa «manifestação de acordo entre eles», referiu-se a Agostinho Neto, «seu rival e adversário ideológico», como «meu irmão» e referiu que ambos «tinham inimigos dentro e fora de Angola»
Jonas Savimbi (UNITA) pediu «o termo dos massacres, mortes e divergências».
A questão principal, em discussão, era a formação do Exército Nacional de Angola, integrando homens dos três movimentos de libertação.
Carmona, nos termos que ainda ontem aqui evocámos, continuava o seu processo de estabilização. 
«As actividades militares desenvolvidas foram iguais às do antecedente, às quais houve que acrescentar a realização de diversas escoltas, porquanto, perdida que foi a liberdade de itinerários, só se garante a certeza dos movimentos com o apoio militar, quando não até, e também, o aéreo», como já aqui reportámos.


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