CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 12 de julho de 2016

3 455 - Prevenção simples, criticas do povo e ataques da FNLA

Parada do BC12, em Carmona, nos dias seguintes aos
 combates da primeira semana de Junho de 1975

Os furriéis milicianos Joaquim Abrantes, Cândido
Pires (que hoje festeja 64 anos em Niza) e Viegas, com seis
crianças angolanas, na sanzala do Talambanza, à
saída do Quitexe, na estrada para Carmona

Os Cavaleiros do Norte entraram de prevenção simples a 12 de Julho de 1975, hoje se fazem 41 anos. E até ao dia 18. As populações brancas não paravam as suas críticas ao papel dos militares (todos os dias eram ofendidos nas ruas, nos restaurantes, nos bares, nos cinemas e esplanadas da cidade) e éramos também, recordo do Livro da Unidade, «perigosamente alvo das queixas e ataques da FNLA, nomeadamente reivindicando os desequilíbrios de outros locais».
A Casa dos Furriéis do Quitexe (assinalada a verde),
 no mesmo edifício onde estava a Secretaris da CCS
(seta cor de laranja). Ao longe à esquerda (seta
vermelha) vê-se a torre da Igreja da vila
«Houve que aguentar a provável ressaca da FNLA, face aos desaires de Luanda, Salazar e Malange», sublinha o Livro da Unidade.
Era sábado e em Luanda tinham-se sucedido, nos dias anteriores, combates entre o MPLA e a FNLA, nomeadamente nos bairros limítrofes da cidade, e alguns observadores falavam já em «mais de 200 mortos», muito embora, como referia o Diário de Lisboa desse 12 de Julho de há 41 anos, «desconhecendo-se por agora o número de mortos e feridos».
O único hospital a  funcionar era o Maria Pia e «em condições precárias», noticiava o jornal, e na noite da véspera (dia 11), «foram feitos apelos a médicos e estudantes de medicina para se apresentarem no único hospital que está a funcionar» - o Maria Pia.
«O MPLA domina completamente a situação, esperando-se que agora a calma volte rapidamente  Luanda», referia o Diário de Lisboa, sublinhando também que o movimento de Agostinho Neto teria tomado «importantes delegações da FNLA» no Bairro Marçal.
MPLA e FNLA não se entendiam - combatiam-se de armas na mão... - e ficou em causa o acordo de Nakuru. 
«Luanda está de novo a ferro e fogo e mais uma vez por iniciativa da FNLA», acusava o MPLA. MA a FNLA apontava o do ao MPLA, dizendo, em comunicado, que «foram as suas forças quem provocou a luta, ao atacarem, com fogo de morteiros» uma sua delegação. 
O MPLA dizia igualmente que «a FNLA aproveitou a Cimeira de Nakuru para desenvolver novas acções ofensivas, tendo atacado as povoações de Forte República, Brito Godins, Caombo, Duque de Bragança, Cuale e Acangola (...), Samba Caju, Samba Lucala, Balongongo e Barra do Dande». E citava várias datas, as desses ataques.
Notícia do Diário de Lisboa de 12 de
Julho de 1974, sobre os incidentes de Luanda,
na ressaca do assassinato do taxista
António Salgado (de Bragança)
Um ano antes e também em Luanda, na ressaca da morte do taxista António Salgado (de que ontem aqui falámos), «extremistas brancos enfurecidos provocaram ontem à noite a morte de 3 pessoas, todas africanas, e 27 feridos, 12 dos quais em estado grave».
«Terror branco em Luanda: 13 mortos e 27 feridos», noticiava o Diário de Lisboa, reportando igualmente que «taxistas e camionistas dirigiram-se depois à Emissora Católica de Angola (...) com o propósito confesado de se manifestarem contra a conduta de dois conhecidos produtores» - Sebastião Coelho e Norberto de Castro -, acusando-os de «incitarem a população negra contra a população branca», o que, referia o jornal, «não tem qualquer fundamento». 
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