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Parada do BC12, em Carmona, nos dias seguintes aos combates da primeira semana de Junho de 1975 |
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Os furriéis milicianos Joaquim Abrantes, Cândido Pires (que hoje festeja 64 anos em Niza) e Viegas, com seis crianças angolanas, na sanzala do Talambanza, à saída do Quitexe, na estrada para Carmona |
Os Cavaleiros do Norte entraram de prevenção simples a 12 de Julho de 1975, hoje se fazem 41 anos. E até ao dia 18. As populações brancas não paravam as suas críticas ao papel dos militares (todos os dias eram ofendidos nas ruas, nos restaurantes, nos bares, nos cinemas e esplanadas da cidade) e éramos também, recordo do Livro da Unidade, «perigosamente alvo das queixas e ataques da FNLA, nomeadamente reivindicando os desequilíbrios de outros locais».
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A Casa dos Furriéis do Quitexe (assinalada a verde), no mesmo edifício onde estava a Secretaris da CCS (seta cor de laranja). Ao longe à esquerda (seta vermelha) vê-se a torre da Igreja da vila |
Era sábado e em Luanda tinham-se sucedido, nos dias anteriores, combates entre o MPLA e a FNLA, nomeadamente nos bairros limítrofes da cidade, e alguns observadores falavam já em «mais de 200 mortos», muito embora, como referia o Diário de Lisboa desse 12 de Julho de há 41 anos, «desconhecendo-se por agora o número de mortos e feridos».
O único hospital a funcionar era o Maria Pia e «em condições precárias», noticiava o jornal, e na noite da véspera (dia 11), «foram feitos apelos a médicos e estudantes de medicina para se apresentarem no único hospital que está a funcionar» - o Maria Pia.
«O MPLA domina completamente a situação, esperando-se que agora a calma volte rapidamente Luanda», referia o Diário de Lisboa, sublinhando também que o movimento de Agostinho Neto teria tomado «importantes delegações da FNLA» no Bairro Marçal.
MPLA e FNLA não se entendiam - combatiam-se de armas na mão... - e ficou em causa o acordo de Nakuru.
«Luanda está de novo a ferro e fogo e mais uma vez por iniciativa da FNLA», acusava o MPLA. MA a FNLA apontava o do ao MPLA, dizendo, em comunicado, que «foram as suas forças quem provocou a luta, ao atacarem, com fogo de morteiros» uma sua delegação.
O MPLA dizia igualmente que «a FNLA aproveitou a Cimeira de Nakuru para desenvolver novas acções ofensivas, tendo atacado as povoações de Forte República, Brito Godins, Caombo, Duque de Bragança, Cuale e Acangola (...), Samba Caju, Samba Lucala, Balongongo e Barra do Dande». E citava várias datas, as desses ataques.
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Notícia do Diário de Lisboa de 12 de Julho de 1974, sobre os incidentes de Luanda, na ressaca do assassinato do taxista António Salgado (de Bragança) |
«Terror branco em Luanda: 13 mortos e 27 feridos», noticiava o Diário de Lisboa, reportando igualmente que «taxistas e camionistas dirigiram-se depois à Emissora Católica de Angola (...) com o propósito confesado de se manifestarem contra a conduta de dois conhecidos produtores» - Sebastião Coelho e Norberto de Castro -, acusando-os de «incitarem a população negra contra a população branca», o que, referia o jornal, «não tem qualquer fundamento».
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