CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

3 465 - Chipenda em Carmona anunciou Holden Roberto em Angola

Cavaleiros do Norte em Carmona, há 41 anos, no jardim da piscina,
todos milicianos: o furriel Nelson Rocha, o alferes Pedrosa de Oliveira
e os furriéis Manuel Machado, José Lino e António José Cruz 
Os capiães milicianos José Manuel Cruz (2ª. CCAV. 8423)
e José Paulo Fernandes (3ª. CCAV. 8423) com o alferes
miliciano João Machado (2ª. CCAV. 8423). Em baixo, uma
espingarda semi-automática SIMONOV, identica à que,
 há 42 anos, foi capturada ao IN pelos Cavaleiros do Norte
A 21 de Julho de 1974, apresentou-se em Aldeia Viçosa, no aquartelamento da 2ª. CCAV. 8423, «um elemento fugido do IN, antigo GE raptado na área do Bolongongo»O acontecimento foi invulgar, na então ainda recente jornada africana dos Cavaleiros do Norte. Na verdade, isto seguia-se a «contactos com elementos do IN, com vista a uma tentativa da sua apresentação no contexto da actual política» e muito embora a apresentação, segundo o Livro da Unidade, não tivesse «ligação com tal actividade» era importante, era «a primeira arma do BCAV.».
A arma era «uma espingarda semi-automática Simonov» e que, precisa o Livro da Unidade, «conseguiu furtar-se a um grupo inimigo em trânsito».
A 22 do mesmo mês de Julho de 1974 (hoje se fazem 42 anos), o Comando Chefe das Forças Armadas apelava a que a população «não dê crédito a quaisquer boatos tendentes a perturbar a ordem e o sossego que se tem vindo a verificar» em Luanda e afirmava que «não deu entrada no Hospital de S. Paulo qualquer ferido com incidentes com armas de fogo», apesar de «algumas acções de furto nos Bairros Popular, Marçal, Marconi e Golfe», onde, aliás, «na maior parte dos casos, os assaltantes foram capturados pelas forças da ordem», como noticiava o Diário de Lisboa.
Um ano depois, Daniel Chipenda continuava em Carmona, onde se dirigiu «a todo o povo angolano» para anunciar  que Holden Roberto se «encontra(va) em território nacional, para conduzir as operações militares do ELNA» - o exército da FNLA.
«Nós, FNLA, somos obrigados a pegar em armas para uma vez mais dizer não aos que desejam oprimir o povo. Voltamos às armas pela mesma razão de 1961. Queremos liberdade. Queremos liberdade e terra para os angolanos», proclamou Daniel Chipenda.
Luciano Borges Gomes, 1º. cabo
mecânico de armamento da CCS
dos Cavaleiros do Norte: fez 22 e 23
anos a 22 de Julho de 1974 e 1975,
no Quitexe e Carmona. É industrial
moldes em Leiria
A memória atrasa-nos no tempo para recordar que, por essa altura e entre a tropa portuguesa havia a convicção de que Holden Roberto estava mesmo em Carmona. E alguns Cavaleiros do Norte garantiam tê-lo visto. 
Ao mesmo tempo, no Caxito, a 50 quilómetros de Luanda, foi impedido o avanço de blindados da FNLA para a capital - faltando saber se pela tropa portuguesa, se por forças do MPLA. A linha de caminho de ferro de Luanda para Malange foi cortada a 40 quilómetros de Salazar (N´Dalatando), cidade «praticamente abandonada». Refugiados daqui, chegaram a Luanda, Nova Lisboa e Sá da Bandeira, enquanto «1000 pessoas refugiaram-se no quartel português». Os acantonados da FNLA no Forte de S. Pedro, em Luanda, continuavam «a resistir ao assédio do MPLA».
Um informador militar português, segundo o Diário de Lisboa, afirmou que «as «forças portuguesas interviriam para interceptar as forças da FNLA e impedi-las de entrar na cidade». Outra novidade e pouco agradável: a cidade de Luanda teria gasolina para apenas 4 dias.

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